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Trudeau nas cordas em debate eleitoral no Canadá

Para contemplar toda a população, o país terá um debate oficial em inglês na noite desta segunda-feira 7 e outro, em francês, na quarta-feira 10

Canadá: na última quarta-feira 2, os líderes dos principais partidos se reuniram pela primeira vez em um debate em francês realizado em Quebec (Joel Lemay/Pool/Reuters)

Canadá: na última quarta-feira 2, os líderes dos principais partidos se reuniram pela primeira vez em um debate em francês realizado em Quebec (Joel Lemay/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 06h39.

Última atualização em 7 de outubro de 2019 às 06h52.

Há duas semanas da eleição do dia 21 de outubro, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau tem pouco tempo para reconquistar o eleitorado após escândalos que afetaram sua imagem e governo. Esta semana, ele terá duas grandes chances: os líderes dos principais partidos do Canadá participarão de dois debates oficiais televisionados.

O primeiro, marcado para esta segunda 7, será realizado em inglês, terá duas horas de duração, e pautará cinco grandes temas: insegurança econômica; meio ambiente e energia; questões indígenas; liderança nacional e global; e polarização, direitos humanos e imigração. Na quarta-feira 10, acontecerá o debate em francês, que irá cobrir temas como economia; meio ambiente; política internacional e imigração; identidade, ética e governança; e serviços aos cidadãos.

Além de Trudeau, do Partido Liberal, também confirmaram presença os líderes Andrew Scheer, do partido Conservador; Jagmeet Singh, do NDP; Yves-François Blanchet, do Bloc Québécois; Maxime Bernier, do Partido Popular do Canadá; e Elizabeth May, do Partido Verde.

Em um debate realizado na semana passada, em Quebec, o primeiro-ministro foi confrontado por todos os adversários e precisou defender o histórico de seu governo. Scheer acusou ele e o Partido Liberal de serem “ambientalistas falsos”. Em outro ponto, Trudeau foi atacado por ter realizado a compra de um oleoduto por 3,4 bilhões de dólares.

Os ataques surtiram algum efeito. Na semana passada, foi divulgado pelo instituto canadense Mainstreet Research que o Partido Conservador abriu uma vantagem de três pontos percentuais contra o Partido Liberal de Trudeau. De acordo com a pesquisa, conduzida entre 30 de setembro e 2 de outubro, 36,4% dos entrevistados disseram que votariam pelos conservadores, contra 33,4% que responderam que preferiam os liberais. O NDP tem 11,9% das intenções, o Partido Verde tem 9%, o Bloc Québécois tem 5,7% e o Partido Popular, 2,5%.

A popularidade de Trudeau caiu bastante neste ano, sob o peso de alegações de que ele e importantes membros do governo teriam tentado interferir em um processo criminal contra uma companhia de engenharia de Montreal. No mês passado, o órgão de monitoramento ético do país concluiu que Trudeau desrespeitou regras ao tentar impedir o processo contra o SNC-Lavalin Group.

O líder do Partido Conservador diz que o escândalo SNC-Lavalin mostra que o premiê perdeu a autoridade moral para governar. Trudeau prefere focar nos avanços de seu governo, dizendo que a eleição se pauta entre uma escolha entre “a política inclusiva e o progresso econômico dos liberais” e “as medidas de austeridade dos conservadores”.

Além das polêmicas do governo, o premier enfrentou uma crise de imagem no começo da campanha política. Nas últimas semanas, foram divulgadas imagens do primeiro-ministro fantasiado de negro e árabe na sua juventude. A primeira foto divulgada é de 2001, quando ele foi a uma festa com o rosto escurecido com tinta marrom e um turbante na cabeça, imitando o personagem Aladdin. Depois, apareceram imagens de duas blackfaces feitas na sua adolescência.

Trudeau, eleito em 2015 com o entusiasmo dos eleitores jovens, pode perder essa eleição justamente por desapontá-los com essa discrepância entre discurso e fatos. Os próximos dias serão de campanha quente na tradicionalmente morta política canadense.

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