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"Troika" quer demissão de funcionários públicos em meio a protestos

Os inspetores internacionais que analisam em Atenas as políticas de austeridade do governo grego insistem na redução como uma das medidas para conter o déficit

Protestos: na quinta-feira, a reunião prevista no Ministério das Finanças não pôde ser realizada já que grupos de funcionários bloqueavam a entrada (Louisa Gouliamaki/AFP)

Protestos: na quinta-feira, a reunião prevista no Ministério das Finanças não pôde ser realizada já que grupos de funcionários bloqueavam a entrada (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 09h25.

Atenas - Os inspetores internacionais que analisam em Atenas as políticas de austeridade do governo grego insistem na redução do número de funcionários públicos como uma das medidas para conter o déficit.

Após a retomada na quinta-feira das reuniões, paralisadas desde o dia 2 de setembro, vários jornais gregos se referiram nesta sexta-feira ao pedido dos representantes da "troika" - formado pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - pela diminuição da enorme Administração grega.

Segundo o jornal "Eznos" e algumas emissoras de televisão, a "troika" exige que a Grécia demita imediatamente 3% do total de 900 mil funcionários públicos, o que permitiria economizar 1,5 bilhão de euros até 2012. O compromisso com a União Europeia (UE) e o FMI é de reduzir em 30% o número de funcionários até 2015.

O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, convocou o Conselho de Ministros no domingo para analisar o projeto de colocar 30 mil funcionários na "reserva" durante um ano, período no qual receberiam 60% do salário, sendo demitidos em seguida, a não ser que o governo possa contratá-los novamente.

Esse projeto encontrou dificuldades legais e constitucionais, além da oposição dos sindicatos e de boa parte da classe política. Os inspetores internacionais também não estão contentes com a falta de resposta das 151 empresas e organismo públicos aos quais o Governo solicitou uma lista com 10% dos empregados que possam ser cortados.

O trabalho dos inspetores está sendo dificultado pelos protestos trabalhistas que acontecem em Atenas todos os dias. Na quinta-feira, a reunião prevista no Ministério das Finanças não pôde ser realizada já que grupos de funcionários bloqueavam a entrada.

Também nesta sexta-feira, um encontro dos inspetores com o ministro dos Transportes teve que ser adiado pelos protestos dos funcionários. Por este motivo, se mantém em segredo a hora e o local da reunião desta tarde com o ministro de Administrações Públicas.

As ruas que levam ao centro da capital grega estavam bloqueadas esta manhã pelos protestos de trabalhadores e estudantes que se opõem às reformas e cortes. Nesta sexta-feira, Papandreou se reunirá em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para discutir as reformas.

Os inspetores também analisarão os orçamentos estatais para 2012, que serão tramitados pelo Parlamento a partir de segunda-feira e espera-se que sejam votados no final de outubro. O objetivo é reduzir o déficit ainda este ano em até 7,5%, até chegar a 3% em 2014.

O relatório final da "troika" será concluído somente quando a Grécia receber o sexto lance do resgate aprovado em 2010, avaliado em 8 bilhões de euros, e que o país espera que seja entregue em 13 de outubro em uma reunião extraordinária do Eurogrupo.

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