Tribunal rejeita pedido de neonazista acusada de terrorismo
Beate Zschäpe pedia a suspensão de seu julgamento por terrorismo e assassinato múltiplo argumentando parcialidade do juiz
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2013 às 12h58.
Berlim - O Tribunal Regional de Munique rejeitou a reivindicação da neonazista Beate Zschäpe, que pedia a suspensão de seu jugalmento por terrorismo e assassinato múltiplo argumentando parcialidade do juiz.
A corte de Munique desprezou, por considerar infundada, a solicitação apresentada pela defesa da acusada, segundo informações da televisão pública 'ARD' e do jornal 'Der Tagesspiegel', por isso que o processo poderá ser retomado no dia 14.
O julgamento de Zschäpe, única sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacionalsocialista (NSU), foi interrompido no mesmo dia de seu início, na segunda-feira passada, por esse pedido, considerado pela Justiça alemã como uma manobra.
Zschäpe, de 38 anos e há 18 meses em prisão preventiva, é acusada de colaborar com a organização terrorista e assassinato múltiplo: nove imigrantes supostamente assassinados pelo grupo, assim como uma policial, entre 2000 e 2007.
A acusada é a única sobrevivente do grupo que formou com Uwe Böhnhard e Uwe Mundlos, que se suicidaram em novembro de 2001, acossados pela polícia após assaltarem um banco.
A morte dos companheiros da processada mostrou a existência do grupos e seus assassinatos, já que durante anos atribuíram as mortes de oito imigrantes turcos e um grego a ajustes de contas entre estrangeiros.
Zschäpe é acompanhada no banco dos réus por mais quatro neonazistas, acusados de cumplicidade com a NSU, entre eles o suposto autor de um macabro vídeo divulgado após o desmantelamento do grupo que percorre a série de assassinatos cometidos pelo mesmo grupo.
A acusada se entregou quatro dias depois do suicídio de seus companheiros e até agora não se pronunciou com relação às acusações contra si.
Para o julgamento estão previstos 80 encontros até janeiro de 2014, embora estima-se que pode durar até mais. A folha de acusação contém 488 páginas e foram convocadas 606 testemunhas.