Tribunal Penal Internacional investigará violência no Mali
A ocorrência de homicídios, mutilações, torturas e outros crimes será investigada no país, onde rebeldes controlam parte do território norte
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 21h03.
Amsterdã - A procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional anunciou nesta quarta-feira o início de uma investigação sobre supostos crimes de guerra no Mali , onde tropas francesas iniciaram uma ofensiva contra rebeldes islâmicos.
Os rebeldes, alguns dos quais aliados da Al Qaeda, controlam desde o ano passado vastas extensões do norte malinês, gerando preocupações quanto a abusos aos direitos humanos e temores de que o país africano possa se tornar uma base para ataques terroristas dentro e fora da região.
"Desde o início do conflito armado, em janeiro de 2012, o povo do norte do Mali tem vivido em profunda turbulência", disse a procuradora Fatou Bensouda em nota.
"A cada etapa do conflito, diferentes grupos armados causaram caos e sofrimento humano por meio de uma gama de supostos atos de violência extrema. Determinei que alguns desses fatos de brutalidade e destruição podem constituir crimes de guerra." Bensouda disse que vai investigar crimes como homicídios, mutilações, torturas, estupros e execuções extrajudiciais. Grupos de direitos humanos há meses vinham pedindo ao TPI que investigasse a situação.
"A decisão do TPI de abrir uma investigação no Mali passa uma importante mensagem a todas as forças, incluindo rebeldes separatistas, combatentes islâmicos, soldados do governo e tropas estrangeiras, de que abusos sérios aos direitos humanos não ficarão impunes", disse Corinne Dufka, da entidade Human Rights Watch.
Ela disse que, por causa do ambiente difícil, a equipe do TPI precisará de um forte apoio dos países membros. Os juízes do tribunal já disseram no passado que as dificuldades para operar em regiões remotas e perigosas limitam o escopo das suas investigações.
Bensouda disse que o inquérito vai abranger também "ataques intencionais contra objetos protegidos", numa alusão à destruição pelos militantes islâmicos de tradicionais templos sufistas na cidade de Timbuktu. A destruição desse patrimônio tombado lembra atos cometidos anos atrás pelo Taliban no Afeganistão.
A investigação se voltará para crimes ocorridos desde janeiro de 2012 em três regiões do Mali, segundo Bensouda. "Ainda há turbulência no norte do Mali, e as populações de lá continuam sob risco de ainda mais violência e sofrimento", afirmou ela.
Amsterdã - A procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional anunciou nesta quarta-feira o início de uma investigação sobre supostos crimes de guerra no Mali , onde tropas francesas iniciaram uma ofensiva contra rebeldes islâmicos.
Os rebeldes, alguns dos quais aliados da Al Qaeda, controlam desde o ano passado vastas extensões do norte malinês, gerando preocupações quanto a abusos aos direitos humanos e temores de que o país africano possa se tornar uma base para ataques terroristas dentro e fora da região.
"Desde o início do conflito armado, em janeiro de 2012, o povo do norte do Mali tem vivido em profunda turbulência", disse a procuradora Fatou Bensouda em nota.
"A cada etapa do conflito, diferentes grupos armados causaram caos e sofrimento humano por meio de uma gama de supostos atos de violência extrema. Determinei que alguns desses fatos de brutalidade e destruição podem constituir crimes de guerra." Bensouda disse que vai investigar crimes como homicídios, mutilações, torturas, estupros e execuções extrajudiciais. Grupos de direitos humanos há meses vinham pedindo ao TPI que investigasse a situação.
"A decisão do TPI de abrir uma investigação no Mali passa uma importante mensagem a todas as forças, incluindo rebeldes separatistas, combatentes islâmicos, soldados do governo e tropas estrangeiras, de que abusos sérios aos direitos humanos não ficarão impunes", disse Corinne Dufka, da entidade Human Rights Watch.
Ela disse que, por causa do ambiente difícil, a equipe do TPI precisará de um forte apoio dos países membros. Os juízes do tribunal já disseram no passado que as dificuldades para operar em regiões remotas e perigosas limitam o escopo das suas investigações.
Bensouda disse que o inquérito vai abranger também "ataques intencionais contra objetos protegidos", numa alusão à destruição pelos militantes islâmicos de tradicionais templos sufistas na cidade de Timbuktu. A destruição desse patrimônio tombado lembra atos cometidos anos atrás pelo Taliban no Afeganistão.
A investigação se voltará para crimes ocorridos desde janeiro de 2012 em três regiões do Mali, segundo Bensouda. "Ainda há turbulência no norte do Mali, e as populações de lá continuam sob risco de ainda mais violência e sofrimento", afirmou ela.