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Tribunal declara culpados oito manifestantes anti-Putin

Tribunal russo considerou culpados oito manifestantes acusados de atos violentos em uma manifestação antes da posse do presidente Vladimir Putin

Policiais prendem um manifestante em Moscou: oposição considera caso emblemático da repressão na Rússia (Vasily Maximov/AFP)

Policiais prendem um manifestante em Moscou: oposição considera caso emblemático da repressão na Rússia (Vasily Maximov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 13h44.

Moscou - Um tribunal russo considerou nesta sexta-feira culpados oito manifestantes acusados de atos violentos em uma manifestação antes da posse do presidente Vladimir Putin em 2012, um caso que a oposição considera emblemático da repressão na Rússia.

Estas oito pessoas eram acusadas de ter participado de distúrbios em massa e de violência contra as forças de ordem em uma manifestação no dia 6 de maio de 2012 contra a posse de Putin, no dia seguinte, para um terceiro mandato presidencial.

O tribunal ainda precisa pronunciar na segunda-feira as penas de cada um dos oito acusados, que são Andrei Barabanov, Stepan Zimin, Denis Lutskevich, Iaroslav Belusov, Artem Savelov, Serguei Krivov, Alexandra Duyanina e Alexei Polijovich. A promotoria pediu entre cinco e seis anos de prisão.

"Uma sentença cruel não solucionará os problemas, mas criará outros e destruirá a vida de nossos clientes", declarou nesta sexta-feira um dos advogados de defesa, Dimitri Agranovski, na saída do tribunal.

Os advogados dos acusados já indicaram que têm a intenção de apelar da decisão, segundo a agência Ria-Novosti.

Pouco depois a divulgação do veredicto do tribunal, a polícia de Moscou anunciou a detenção de 200 pessoas, também nesta sexta-feira, diante do tribunal.

Os gritos de apoio da multidão de simpatizantes dos acusados, reunidos fora do edifício, chegavam até a sala do tribunal durante a leitura da decisão.

Até mil pessoas, entre elas as duas jovens integrantes do grupo musical Pussy Riot libertadas da prisão, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina, assim como o opositor Alexei Navalny, foram até a porta do tribunal pela manhã, ao grito de "Liberdade para os presos políticos!".


No total, 30 pessoas se viram envolvidas no "caso Bolotnaia", a praça onde ocorreu a manifestação de 6 de maio de 2012 contra a posse de Putin no dia seguinte.

Algumas foram detidas por ter lançado garrafas de plástico contra os agentes, e outras por ter destruído banheiros públicos ou mostrado resistência às forças de ordem.

No entanto, não foram registrados mortos ou feridos graves, nem tiros ou incêndios voluntários na manifestação.

A promotoria alega que 82 policiais ficaram feridos. Vários manifestantes também se feriram. Além disso, dezenas de manifestantes foram detidos e a maioria deles foram colocados em liberdade no fim de 2013 graças a uma anistia.

A origem dos confrontos abriu caminho para polêmicas. A oposição afirmou que foram provocados pelas forças de segurança para justificar uma onda de detenções entre os opositores.

Em dezembro, dois opositores que reconheceram sua culpa foram condenados a quatro anos e meio e a dois anos e meio de campo de trabalho. Outras dez pessoas foram anistiadas. Quatro ainda não foram julgadas.

O líder da Frente de Esquerda, Serguei Udaltsov, também está envolvido neste caso. Seu julgamento por distúrbios em massa durante os protestos de 2011-2012 contra Putin começou na terça-feira em Moscou.

O líder opositor rejeita categoricamente todas as acusações, e afirma que querem reduzi-lo ao silêncio.

Udaltsov participou em 2011-2012 de várias manifestações como líder da ala esquerda dos protestos, lideradas, entre outros, pelo nacionalista Navalny.

Ele já é alvo de várias acusações e foi condenado no ano passado a cinco anos de prisão, com suspensão de pena, por acusações de desvio de dinheiro que ele nega.

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