Rio Paraíba do Sul: o óleo vazou para o Rio Formoso e chegou ao Rio de Janeiro pelo Rio Sesmaria. (Hamilton Correa/FAÇA E VENDA)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Rio de Janeiro – Três municípios do sul fluminense já cortaram a captação de água do Rio Paraíba do Sul, devido ao óleo diesel que vazou domingo (5) de um oleoduto da Transpetro em São José do Barreiro (SP): Porto Real, Quatis e Barra Mansa. Segundo a Transpetro, o vazamento ocorreu durante uma tentativa de roubo de óleo diesel das tubulações da empresa, subsidiária da estatal Petrobras.
Porto Real, que usa 100% de sua água do Paraíba do Sul, suspendeu a captação para suas duas estações de tratamento no início da noite de ontem (6). Ainda não há previsão de retomada dessa captação, por isso o município está precisando racionar água. As aulas nas creches e escolas municipais serão suspensas à tarde e à noite.
Em Quatis, a água captada do Rio Paraíba do Sul é responsável por 60% da demanda da cidade. Mais duas subestações captam os 40% restantes, mas uma delas (Ribeirão Lima) está com problemas na bomba e não está fazendo o trabalho de forma adequada.
Em Barra Mansa, município 100% abastecido pelo Paraíba do Sul, uma das estações de tratamento de água (Floriano) já interrompeu sua captação. A prefeitura monitora o avanço da mancha de óleo para avaliar se será necessário interromper a captação em outra estação (Nova).
O óleo vazou para o Rio Formoso e chegou ao Rio de Janeiro pelo Rio Sesmaria. Depois, alcançou o Rio Paraíba do Sul, que corta o estado de sul a norte. Apesar de também ter atingido o município de Resende, o vazamento não prejudicou o abastecimento de água no local porque a captação de água ocorre antes de o Rio Sesmaria desaguar no Paraíba do Sul.
“Vamos continuar monitorando ao longo do dia, para avaliar a necessidade de suspender as captações de água, inclusive em Santa Cecília, em Barra do Piraí [canal que liga o Rio Paraíba do Sul ao Sistema Guandu, que abastece de água o Grande Rio]”, disse a presidenta do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos.
O secretário municipal de Meio Ambiente de Volta Redonda, Carlos Amaro, disse que a mancha ainda não chegou ao município, ao contrário do que informou anteriormente a Agência Brasil. Por isso, ainda não foi necessário interromper a captação de sua única estação de tratamento, que abastece todo o município. “Está sendo monitorado, junto com o Inea, e ainda estamos captando a água. Se Barra Mansa parar [completamente] de captar água, nós vamos parar”, disse o secretário Carlos Amaro.
De acordo com a Transpetro, o vazamento foi provocado por criminosos que abriram uma válvula do oleoduto para roubar combustível e a deixaram aberta, permitindo o vazamento para o Rio Formoso.
A Transpetro informou que detectou o vazamento ainda no domingo e registrou a ocorrência na delegacia policial local. A empresa informou que se mobilizou para reduzir os impactos do vazamento.