Treinador de ginástica dos EUA é investigado pela polícia
Geddert foi investigado por sua relação pessoal e profissional próxima de Nassar, o ex-médico do time americano, condenado à prisão perpétua
AFP
Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 22h26.
O treinador do time feminino de ginástica dos Estados Unidos medalhista nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 está sob investigação criminal, após acusações que vieram à tona durante o caso de abuso sexual contra o ex-médico esportivo Larry Nassar.
A delegacia de Eaton Counti, em Michigan, onde John Geddert tem uma academia de treinamento, afirmou ter aberto uma investigação criminal contra o famoso treinador.
"Algumas pessoas vieram falar, e nossa investigação está em andamento", afirmou a porta-voz da delegacia, Jerri Nesbitt à AFP. Ela não deu maiores informações.
Geddert foi intensamente investigado por sua relação pessoal e profissional próxima de Nassar, o ex-médico do time americano, condenado à prisão perpétua pelo abuso sexual de várias meninas ginastas com a desculpa de fazer tratamentos médicos.
Treinador pessoal da ginasta norte-americana Jordyn Wieber e dono da instalação de treinamento Twistars, Geddert foi acusado por muitas vítimas de Nassar de exigir que fossem tratados pelo médico.
Em três semanas de audiências, durante as quais cerca de 200 mulheres, meninas e familiares das vítimas confrontaram Nassar ao ler as declarações impactantes, as ginastas da Twistars disseram ter sofrido abusos físicos e verbais de Geddert.
Amy Preston, mãe de uma vítima de Nassar não identificada que foi treinada em Twistars, disse no tribunal que sua filha sofreu abuso emocional de Geddert. Ela disse que Nassar explorou isso para ganhar confiança da jovem ginasta.
"John Geddert se comportou tão brutalmente como elas dizem, e Larry era tão amável quanto eles falam. Uma combinação muito tóxica e letal, como se vê", disse Preston.
O time de ginástica dos Estados Unidos suspendeu Geddert há duas semanas e, horas depois, anunciou sua aposentadoria.
Nassar declarou-se culpado de 10 acusações de conduta sexual criminosa e acusações adicionais de pornografia infantil. Ele recebeu três sentenças de prisão que totalizaram pelo menos 140 anos.