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Trégua humanitária decidida pela Rússia começa na Síria

A ação acontece no reduto rebelde de Ghuta Oriental, área submetida a intensos bombardeios que mataram mais de 560 civis em nove dias

Síria: pouco antes do início da trégua, que segundo Moscou deve durar cinco horas, foram ouvidos disparos de artilharia (Bassam Khabieh/Reuters)

Síria: pouco antes do início da trégua, que segundo Moscou deve durar cinco horas, foram ouvidos disparos de artilharia (Bassam Khabieh/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 06h31.

Uma trégua humanitária diária de cinco horas decidida pela Rússia entrou em vigor nesta terça-feira na Síria, em particular no reduto rebelde de Ghuta Oriental, área sitiada pelo exército governamental e submetida a intensos bombardeios que mataram mais de 560 civis em nove dias.

Pouco antes do início da trégua, que segundo Moscou deve durar cinco horas, foram ouvidos disparos de artilharia, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com o OSDH, Ghuta Oriental teve uma noite tranquila.

"Impera a calma nas localidades e cidades de Ghuta Oriental", afirmou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman..

A pausa humanitária decidida pela Rússia, aliada do governo de Bashar al-Assad, deve ser aplicada das 9H00 às 14H00 locais (4H00 às 9H00, horário de Brasília).

Também serão criados "corredores humanitários" para permitir a retirada dos civis, anunciou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu.

O anúncio da Rússia e a suspensão parcial dos bombardeios aconteceram depois que a ONU e várias potências ocidentais exigiram a aplicação imediata de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pedia uma trégua de 30 dias em todo território sírio.

Para os moradores de Ghuta Oriental, último reduto rebelde nas proximidades de Damasco, a trégua é puro teatro.

"Esta trégua é uma farsa. A Rússia nos mata diariamente e nos bombardeia todos os dias", afirmou à AFP Samer al-Buydani, morador da cidade de Duma.

"Não tenho confiança para sair com minha família de Ghuta Oriental através dos corredores humanitários", disse.

"Se aceitar que tenho que sair, serei colocado imediatamente no exército para lutar contra outros sírios", afirmou Al-Buydani.

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