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Trégua em Gaza será temporária e Israel não sairá da fronteira com o Egito, diz Netanyahu

Acordo de cessar-fogo está sendo negociado no Egito, com representantes dos EUA e Catar

Netanyahu afirmou que a ofensiva é fundamental para destruir o Hamas (ABIR SULTAN/POOL/AFP/Getty Images)

Netanyahu afirmou que a ofensiva é fundamental para destruir o Hamas (ABIR SULTAN/POOL/AFP/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 12h06.

Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 12h37.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira, 20, em uma reunião com parentes de integrantes de grupos de extrema direita sequestrados, que se houver um acordo de trégua na Faixa de Gaza, será temporário e que Israel não abrirá mão do controle militar do corredor Filadélfia, a fronteira com o Egito, como exige o Hamas, mesmo que isso custe a libertação dos reféns.

"O primeiro-ministro falou de um cessar-fogo temporário, a fim de repatriar os reféns que todos nós queremos, mas ele não falou de uma retirada ou redução das forças da Faixa de Gaza", relatou o grupo Gevurah na rede social X.

Netanyahu se reuniu com representantes dos grupos minoritários Gevurah e Tikva, compostos por famílias ultranacionalistas de reféns e soldados mortos em Gaza, que defendem a pressão militar em vez de um acordo negociado, em oposição ao Fórum das Famílias dos Reféns, que reúne a maioria dos entes queridos dos 105 prisioneiros retidos no enclave.

O líder israelense confirmou que, embora a libertação do maior número possível de reféns seja um objetivo da guerra, a meta principal continua sendo a eliminação do Hamas e a "conquista da vitória", razão pela qual Israel não pode entregar nenhum de seus "ativos estratégicos de segurança", em uma alusão ao controle militar que mantém atualmente sobre a passagem de Rafah, o corredor Filadélfia e o corredor Netzarim.

Israel quer manter o controle do corredor Filadélfia, uma fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito que o Hamas usou para contrabando de armas até que as tropas israelenses assumiram o controle em junho. Ele inclui a passagem de Rafah, a principal porta de entrada para a ajuda humanitária do Sinai até maio, quando o Exército ocupou o lado palestino e o fechou.

O corredor Netzarim é uma nova rota militar criada por Israel durante a guerra que divide o enclave em duas partes no centro.

"Há três meses, antes de entrarmos em Rafah, nos disseram que não poderíamos. Capturamos o eixo Filadélfia e a passagem de Rafah. Estamos lutando com todas as nossas forças para desmantelar o regime do Hamas e eliminar sua capacidade militar. Estamos progredindo", disse Netanyahu às famílias, de acordo com um comunicado de seu gabinete.

De acordo com a declaração da organização familiar minoritária, Netanyahu contou a elas que, se um acordo fosse alcançado, ele não duraria mais do que 42 dias, após os quais os combates seriam retomados "até a eliminação do Hamas, mesmo durante a negociação dos próximos passos".

Além disso, o premiê reiterou que Israel não se retirará, "sob nenhuma circunstância", de ambos os corredores - como indica o comunicado do governo -, independentemente da pressão interna ou externa.

A urgência de um acordo foi intensificada novamente nesta terça-feira, após a recuperação de seis corpos de reféns retidos pelo Hamas - cinco deles anteriormente confirmados como mortos - em uma operação noturna nos túneis de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

Após a divulgação da notícia, os parentes do principal grupo de reféns fizeram um apelo a Netanyahu, lembrando-o de que "Israel tem uma obrigação moral e ética" de trazer de volta para casa tanto os mortos quanto os cativos vivos - 105 pessoas no total - "por meio de um acordo negociado".

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