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Tratamento a imigrantes na Itália gera debates

Imigrantes que costuraram a boca por sua prisão em um dos centros de identificação e expulsão reacendeu debate sobre o tratamento dado aos clandestinos

Comissária de Assuntos Internos, Cecilia Malmstroem: "as imagens de Lampedusa são inaceitáveis", destacou (Georges Gobet/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2013 às 10h05.

Roma - O ato desesperado de nove imigrantes do Magreb que costuraram a boca em protesto por sua prisão em um dos treze "centros de identificação e expulsão (CIE)" italianos, reacendeu no domingo o debate sobre o tratamento dado aos clandestinos na península.

No CIE de Ponte Galeria, próximo do aeroporto romano de Fiumicino, quatro tunisianos liderados por um imã costuraram a boca, no sábado à noite, seguidos por cinco marroquinos.

Os presos recusaram que fossem tirados os fios que unem seus lábios, mas que não os impedem de ingerir bebidas. Simultaneamente, fazem greve de fome .

O tratamento dado aos imigrantes clandestinos no CIE da ilha de Lampedusa já provocou uma onda de indignação em toda a Europa. Uma reportagem de televisão mostrou, no começo da semana, quando vários imigrantes se despiram para depois ser tratados contra a sarna.

"As imagens de Lampedusa são inaceitáveis", destacou a comissária europeia para Assuntos Internos, Cecilia Malmström.

No domingo, Jalid Chauki, deputado do Partido Democrata (PD, esquerda), de origem marroquina, se fechou simbolicamente no centro de Lampedusa, afirmando que ficará ali enquanto os imigrantes não forem transferidos a outros lugares em melhores condições.


"Encontrei o que temia: um lugar indigno, com goteiras nos tetos, no qual sete eritreus que sobreviveram ao naufrágio de 3 de outubro (com 366 mortos, próximo a Lampedusa), ainda continuam ali".

Em 2002, foi promulgada uma lei que determina as quotas anuais de imigrantes que a Itália pode receber. Em 2008, de acordo com ela, foram criados os CIEs, nos quais os imigrantes podem ficar detidos até 18 meses, em péssimas condições, enquanto os consulados de seus países de origem os identificam ou realizam outras verificações.

No centro da Ponte Galeria, se misturam imigrantes clandestinos, que chegaram de barco, com criminosos leves que cumpriram alguma condenação e viciados, que vivem em condições sanitárias degradantes.

A irlandesa Betty Williams, prêmio Nobel da Paz em 1976, de passagem pela Itália, denunciou a situação, afirmando que algumas instituições e comunidades italianas poderiam oferecer uma acolhida digna.

"Com que espírito se preparam para o Natal quando todo mundo sabe que há pessoas em campos de concentração?", perguntou Williams, indignada, em um comunicado dirigido ao presidente do Conselho, Enrico Letta.

"Estou, por completo, junto ao papa Francisco, que está triste e furioso com esta situação", acrescentou.

A secretária nacional do sindicato de esquerda CGIL, Vera Lamonica, reivindicou o fechamento dos treze CIE, "ineficazes em seu objetivo de identificar e expulsar" os clandestinos.

O gesto dos imigrantes em greve de fome "nos obriga a reabrir o debate nacional sobre uma legislação que assemelha quem foge da violência e da pobreza com criminosos de guerra", reagiu, sábado, o prefeito da capital, Ignazio Marino.

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Roma - O ato desesperado de nove imigrantes do Magreb que costuraram a boca em protesto por sua prisão em um dos treze "centros de identificação e expulsão (CIE)" italianos, reacendeu no domingo o debate sobre o tratamento dado aos clandestinos na península.

No CIE de Ponte Galeria, próximo do aeroporto romano de Fiumicino, quatro tunisianos liderados por um imã costuraram a boca, no sábado à noite, seguidos por cinco marroquinos.

Os presos recusaram que fossem tirados os fios que unem seus lábios, mas que não os impedem de ingerir bebidas. Simultaneamente, fazem greve de fome .

O tratamento dado aos imigrantes clandestinos no CIE da ilha de Lampedusa já provocou uma onda de indignação em toda a Europa. Uma reportagem de televisão mostrou, no começo da semana, quando vários imigrantes se despiram para depois ser tratados contra a sarna.

"As imagens de Lampedusa são inaceitáveis", destacou a comissária europeia para Assuntos Internos, Cecilia Malmström.

No domingo, Jalid Chauki, deputado do Partido Democrata (PD, esquerda), de origem marroquina, se fechou simbolicamente no centro de Lampedusa, afirmando que ficará ali enquanto os imigrantes não forem transferidos a outros lugares em melhores condições.


"Encontrei o que temia: um lugar indigno, com goteiras nos tetos, no qual sete eritreus que sobreviveram ao naufrágio de 3 de outubro (com 366 mortos, próximo a Lampedusa), ainda continuam ali".

Em 2002, foi promulgada uma lei que determina as quotas anuais de imigrantes que a Itália pode receber. Em 2008, de acordo com ela, foram criados os CIEs, nos quais os imigrantes podem ficar detidos até 18 meses, em péssimas condições, enquanto os consulados de seus países de origem os identificam ou realizam outras verificações.

No centro da Ponte Galeria, se misturam imigrantes clandestinos, que chegaram de barco, com criminosos leves que cumpriram alguma condenação e viciados, que vivem em condições sanitárias degradantes.

A irlandesa Betty Williams, prêmio Nobel da Paz em 1976, de passagem pela Itália, denunciou a situação, afirmando que algumas instituições e comunidades italianas poderiam oferecer uma acolhida digna.

"Com que espírito se preparam para o Natal quando todo mundo sabe que há pessoas em campos de concentração?", perguntou Williams, indignada, em um comunicado dirigido ao presidente do Conselho, Enrico Letta.

"Estou, por completo, junto ao papa Francisco, que está triste e furioso com esta situação", acrescentou.

A secretária nacional do sindicato de esquerda CGIL, Vera Lamonica, reivindicou o fechamento dos treze CIE, "ineficazes em seu objetivo de identificar e expulsar" os clandestinos.

O gesto dos imigrantes em greve de fome "nos obriga a reabrir o debate nacional sobre uma legislação que assemelha quem foge da violência e da pobreza com criminosos de guerra", reagiu, sábado, o prefeito da capital, Ignazio Marino.

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