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Transcrição revela demora para evacuar barco na Coreia

Conversa divulgada neste domingo mostra que a embarcação viveu momentos de confusão e indecisão logo depois que começou a inclinar perigosamente

Naufrágio de Sewol: "Mesmo que seja impossível transmitir a ordem, por favor saia e deixe os passageiros usarem coletes salva-vidas" (Kim Hong-Ji/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2014 às 12h28.

Jindo - A transcrição de uma conversa divulgada neste domingo mostra que a embarcação que naufragou na Coreia do Sul viveu momentos de confusão e indecisão logo depois que começou a inclinar perigosamente. A dificuldade de evacuar o navio provavelmente aumentou o total de mortos, atualmente em 58, mas que pode chegar a 300.

Três vezes seguidas, e cerca de meia hora depois que a embarcação começou a mostrar instabilidade na quarta-feira, um membro da tripulação perguntou ao centro de controle de tráfego de navios de Jindo se os passageiros poderiam ser resgatados se abandonassem a embarcação. Seguiram-se varias declarações vindas do navio de que era impossível para as pessoas a bordo se moverem e que era "impossível transmitir" instruções.

Muitas pessoas seguiram a ordem inicial do capitão de ficar abaixo do convés, onde se acredita que elas possam ter ficado presas. No momento, 244 pessoas permanecem desaparecidas.

"Mesmo que seja impossível transmitir a ordem, por favor saia e deixe os passageiros usarem coletes salva-vidas e colocar mais roupas", disse um oficial de controle de tráfego não identificado cerca de 29 minutos depois que a embarcação reportou problemas. "Se evacuarmos os passageiros, vocês conseguirão resgatá-los?", perguntou um tripulante. "Ao menos deixe eles usarem boias e deixe-os escapar", respondeu o oficial.

A conversa continuou. "Se a embarcação evacuar os passageiros, eles serão resgatados imediatamente?", insistiu o tripulante. "Ao menos faça-os usar boias e os deixe escapar", pediu novamente o oficial, que disse que os barcos de resgate levariam 10 minutos para chegar. Dos mais de 400 passageiros, apenas 174 teriam sobrevivido. O capitão da embarcação levou mais de meia hora para dar ordem de evacuação e outros passageiros disseram sequer ter ouvido o anuncio.

Mergulhadores tiraram corpos do navio naufragado neste domingo enquanto autoridades ampliaram questionamentos sobre a confusão na evacuação. A operação envolvendo centenas de mergulhadores, navios e aviões culminou com a divulgação de que são 58 mortos até o momento. Um mergulhador morreu depois de ser ferido na cabeça durante o resgate.

Trabalhando contra fortes correntes e com visibilidade limitada, os mergulhadores usaram machados para quebrar janelas e encontraram corpos usando coletes salva-vidas dentro da embarcação. Até o sábado a noite, eles não tinham conseguido entrar no navio.

Enquanto isso, procuradores disseram que impediram que mais de 40 pessoas deixassem o país, incluindo a tripulação e oficiais da companhia dona da embarcação, a Chonghaejin Marine.

O procurador público Yang Joong-jin disse a imprensa que depoimentos de tripulantes indicam que alguns deles não receberam treinamento de emergência apropriado. Autoridades permanecem perplexas com a mudança repentina de direção que fez com que o barco inclinasse, disse Yang.

O capitão, Lee Jun-seok, disse a repórteres que ele não pediu evacuação imediata da embarcação porque temia que os passageiros ficariam em perigo por conta das fortes correntes e da água fria. A temperatura da água na região é de cerca de 10 graus Celsius.

O governo também disse que estava caminhando na direção de compensar as famílias das vítimas. A ilha de Jindo, próxima do local do naufrágio , e Ansan, região onde viviam a maior parte dos estudantes que estavam a bordo do navio, foram nomeadas "zonas especiais de desastre", o que pode permitir maior ajuda do governo.

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Jindo - A transcrição de uma conversa divulgada neste domingo mostra que a embarcação que naufragou na Coreia do Sul viveu momentos de confusão e indecisão logo depois que começou a inclinar perigosamente. A dificuldade de evacuar o navio provavelmente aumentou o total de mortos, atualmente em 58, mas que pode chegar a 300.

Três vezes seguidas, e cerca de meia hora depois que a embarcação começou a mostrar instabilidade na quarta-feira, um membro da tripulação perguntou ao centro de controle de tráfego de navios de Jindo se os passageiros poderiam ser resgatados se abandonassem a embarcação. Seguiram-se varias declarações vindas do navio de que era impossível para as pessoas a bordo se moverem e que era "impossível transmitir" instruções.

Muitas pessoas seguiram a ordem inicial do capitão de ficar abaixo do convés, onde se acredita que elas possam ter ficado presas. No momento, 244 pessoas permanecem desaparecidas.

"Mesmo que seja impossível transmitir a ordem, por favor saia e deixe os passageiros usarem coletes salva-vidas e colocar mais roupas", disse um oficial de controle de tráfego não identificado cerca de 29 minutos depois que a embarcação reportou problemas. "Se evacuarmos os passageiros, vocês conseguirão resgatá-los?", perguntou um tripulante. "Ao menos deixe eles usarem boias e deixe-os escapar", respondeu o oficial.

A conversa continuou. "Se a embarcação evacuar os passageiros, eles serão resgatados imediatamente?", insistiu o tripulante. "Ao menos faça-os usar boias e os deixe escapar", pediu novamente o oficial, que disse que os barcos de resgate levariam 10 minutos para chegar. Dos mais de 400 passageiros, apenas 174 teriam sobrevivido. O capitão da embarcação levou mais de meia hora para dar ordem de evacuação e outros passageiros disseram sequer ter ouvido o anuncio.

Mergulhadores tiraram corpos do navio naufragado neste domingo enquanto autoridades ampliaram questionamentos sobre a confusão na evacuação. A operação envolvendo centenas de mergulhadores, navios e aviões culminou com a divulgação de que são 58 mortos até o momento. Um mergulhador morreu depois de ser ferido na cabeça durante o resgate.

Trabalhando contra fortes correntes e com visibilidade limitada, os mergulhadores usaram machados para quebrar janelas e encontraram corpos usando coletes salva-vidas dentro da embarcação. Até o sábado a noite, eles não tinham conseguido entrar no navio.

Enquanto isso, procuradores disseram que impediram que mais de 40 pessoas deixassem o país, incluindo a tripulação e oficiais da companhia dona da embarcação, a Chonghaejin Marine.

O procurador público Yang Joong-jin disse a imprensa que depoimentos de tripulantes indicam que alguns deles não receberam treinamento de emergência apropriado. Autoridades permanecem perplexas com a mudança repentina de direção que fez com que o barco inclinasse, disse Yang.

O capitão, Lee Jun-seok, disse a repórteres que ele não pediu evacuação imediata da embarcação porque temia que os passageiros ficariam em perigo por conta das fortes correntes e da água fria. A temperatura da água na região é de cerca de 10 graus Celsius.

O governo também disse que estava caminhando na direção de compensar as famílias das vítimas. A ilha de Jindo, próxima do local do naufrágio , e Ansan, região onde viviam a maior parte dos estudantes que estavam a bordo do navio, foram nomeadas "zonas especiais de desastre", o que pode permitir maior ajuda do governo.

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