Arara, resgatada do cativeiro de traficantes de animais: atividade movimenta cerca de R$ 39 bilhões em todo o mundo, sendo a quarta mais lucrativa no ranking de transações ilegais (©AFP / Christophe Simon)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2012 às 16h52.
São Paulo - Empenhada em lutar contra as crueldades com animais selvagens, cometidas pelo homem por conta de dinheiro, a WWF divulgou nesta quarta-feira (12), em encontro com embaixadores realizado na sede da ONU, em Nova York, o relatório Fighting Illicit Wildlife Trafficking (Combatendo o Tráfico Ilegal de Animais Selvagens).
O documento traz dados impressionantes a respeito da prática criminosa. Por ano, a atividade movimenta cerca de US$ 19 bilhões - o que corresponde a aproximadamente R$ 39 bilhões - em todo o mundo, sendo a quarta mais lucrativa no ranking de transações ilegais - os primeiros lugares estão com tráfico de drogas, falsificação de produtos e dinheiro e tráfico de seres humanos, respectivamente.
E mais: a publicação classifica o comércio ilegal de animais selvagens como uma ameaça ao Estado de Direito. Isso porque, além dos conhecidos impactos que a atividade traz para o meio ambiente - como aceleração da extinção das espécies e desequilíbrio ambiental, por conta das espécies invasoras -, o crime acarreta em outros problemas, que nada têm a ver com a biodiversidade.
Entre eles:
- fortalecimento de redes criminosas (entre outras ações, o dinheiro do tráfico de animais é usado para comprar armas potentes e as rotas utilizadas com sucesso para o transporte de bichos são aproveitadas para o comércio de drogas);
- ameaça à segurança dos países (em nações africanas instáveis, por exemplo, o dinheiro do tráfico ajuda a financiar células terroristas) e
- ameaça à saúde da população (de acordo com o relatório, quase 75% das novas doenças infecciosas que atingem os seres humanos são de origem animal, sendo que a maioria delas é transmitida pelas espécies selvagens).
"O tráfico de animais não é apenas uma questão de proteção ambiental, mas também de segurança nacional. É tempo de colocar fim a esta ameaça profunda para o Estado de Direito", disse Jim Leape, diretor do WWF Internacional, em comunicado divulgado pela ONG.