Mundo

Torre inflável pode ser alternativa de produção de energia

Engenheiros estão na reta final do protótipo de uma estrutura inflável de um quilômetro de altura, desenhada para produzir energia a partir do calor do sol


	Energia solar: um dos problemas apontados pelo projeto no último século é que, para que a instalação seja rentável, a torre deve ter um quilômetro de altura
 (Matt Cardy/Getty Images)

Energia solar: um dos problemas apontados pelo projeto no último século é que, para que a instalação seja rentável, a torre deve ter um quilômetro de altura (Matt Cardy/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 08h03.

Londres - Engenheiros britânicos estão na reta final do protótipo de uma estrutura inflável de um quilômetro de altura, 170 metros mais alta que o maior edifício do mundo, desenhada para produzir energia a partir do calor do sol.

A Universidade de Londres e o engenheiro sueco Per Lindstrand, que acompanhou há duas décadas o milionário Richard Branson na primeira viagem global através do Pacífico, se uniram para tentar dar viabilidade comercial a um velho sonho da engenharia energética projetado pelo espanhol Isidoro Cabanyes em 1903.

O design básico de Cabanyes consistia em uma estufa onde durante o dia se aquece o ar, que sobe por uma alta chaminé e movimenta turbinas que permitem gerar energia.

Um dos problemas apontados pelo projeto no último século é que, para que a instalação seja rentável, a torre deve ter um quilômetro de altura, o que representa um desafio tanto econômico como arquitetônico.

Em 1982 foi construída na cidade espanhola de Manzanares, a 150 quilômetros de Madri, uma torre solar de 195 metros de altura e 10 de diâmetro que acabou derrubada por uma tempestade oito anos depois.

Lindstrand, aventureiro especialista em romper todo tipo de recordes a bordo de globos aerostáticos, provocou uma reviravolta no projeto original com a intenção de resolver esses inconvenientes ao propor a construção de uma torre inflável no lugar de uma estrutura rígida.


Segundo seus cálculos, a chaminé custará US$ 18,9 milhões, muito barato comparado com os US$ 745 milhões que custariam uma estrutura de cimento da mesma altura.

Patrick Cottam, pesquisador do Centro para a Sustentabilidade Urbana e a Resiliência da Universidade de Londres, desenvolveu um modelo informático da chaminé que satisfaz as expectativas da companhia Lindstrand Technologies e agora um protótipo de 3,5 metros de altura.

"O benefício principal destas chaminés é que a energia solar pode ser armazenada como calor no solo, usando materiais baratos como betume ou bolsas de água salgada, de modo que a fábrica pode continuar gerando energia em dias nublados e à noite", descreveu à Efe.

"A intermitência da provisão é um dos maiores obstáculos para a decolagem comercial das tecnologias para energias renováveis", sustentou Cottam.

O engenheiro britânico destacou que o próximo passo será construir uma torre de 20 metros nas instalações de Lindstradn Techologies para comprovar o comportamento da estrutura em diferentes condições meteorológicas, enquanto a primeira versão comercial da chaminé solar poderia estar disponível em poucos anos.

Uma companhia australiana, Enviromission, tornou público seu projeto para levantar uma torre solar rígida no Arizona, nos Estados Unidos, que teria 792 metros de altura e se transformaria na segunda construção humana mais alta do mundo.

Cottam e Lindstrand, no entanto, estão convencidos que sua chaminé inflável pode se transformar na estrutura mais alta do planeta, acima dos 830 metros do edifício Burj Jalifa, de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia solarInfraestruturaMeio ambiente

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos