Tóquio - Naoki Inose, governador de Tóquio e chefe da candidatura da cidade para organizar os Jogos Olímpicos de 2020, desculpou-se nesta terça-feira pelos comentários feitos sobre os países muçulmanos, em referência ao projeto de Istambul, que compete com a capital japonesa para abrigar a competição olímpica.

"De vez em quando, como com o Brasil (Jogos-2016), é bom ter uma nova sede. Mas a única coisa que os países islâmicos têm em comum é Alá e eles lutam uns com os outros", disse Inose no sábado ao jornal New York Times.

Nesta terça-feira, finalmente apareceu na televisão para se explicar.

"Fiz alguns comentários que podem ser mal-interpretados pelos países muçulmanos. Peço perdão", disse o governador Inose.

Antes, um porta-voz do governador tentou explicar o sentido das palavras do líder, argumentando que ser o primeiro país muçulmano não é uma razão importante para ser escolhido, assim como não seria ser "o primeiro país budista ou cristão".

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Ao voltar dos Estados Unidos, o governador já havia tentado justificar seus comentários em sua página da rede social Facebook, afirmando que não quer denegrir a candidatura de uma cidade, algo que está proibido pelas regras do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O comitê de organização de Tóquio-2020 também suavizou as declarações em um comunicado enviado à AFP.

"O enfoque do artigo nos surpreendeu, mas Tóquio-2020 reconhece com pesar que o artigo pode ser interpretado como duvidoso de seu compromisso com os sólidos princípios das candidaturas", admitiu, acrescentando que respeitam completamente as regras do COI no que se refere às cidades candidatas".

Os comentários do governador de Tóquio geraram uma pequena reprimenda por parte do COI.

"Não entendemos claramente, a partir da tradução, o que o governador quer dizer exatamente, mas queremos lembrar a todas as cidades candidatas as regras existentes no processo das candidaturas", disse o COI.

No dia 7 de setembro em Buenos Aires, os 101 membros do COI elegerão a cidade que abrigará os Jogos de 2020. Além de Tóquio e Istambul, Madri também é candidata.