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Todos contra Biden? Debate democrata expõe partido fragmentado

Ao menos 20 pré-candidatos devem disputar o favoritismo do ex-vice presidente de Obama, jogando luz na crise identitária da oposição

JOE BIDEN:  a disputa deverá se resumir na valorização do tradicionalismo democrata do ex-vice-presidente versus a nova feição do partido / REUTERS/Jonathan Ernst

JOE BIDEN: a disputa deverá se resumir na valorização do tradicionalismo democrata do ex-vice-presidente versus a nova feição do partido / REUTERS/Jonathan Ernst

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2019 às 06h19.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 06h38.

Poucos dias após o presidente dos Estados Unidos Donald Trump ter lançado sua candidatura à reeleição em um ginásio na Flórida, sob o slogan “Keep America great”, o partido democrata começa a movimentar suas peças para definir quem enfrentará o republicano nas eleições de 2020.

Nos Estados Unidos os debates televisivos começam muito antes da definição final do pleito à presidência. Antes de vencer Hillary Clinton em 2016, Trump teve que derrotar diversos outros pré-candidatos de seu próprio partido, e só então afirmou sua candidatura. Dessa vez, são os democratas que brigarão pela vaga única.

Entre esta quarta-feira, 26, e amanhã, ao menos 20 democratas irão disputar o favoritismo do ex-vice presidente de Obama, Joe Biden, no primeiro debate televisionado entre os pré-candidatos à Casa Branca. O grupo precisou ser dividido em duas levas de dez pré-candidatos. O evento deve jogar luz sobre a crise de identidade que vive o partido democrata, que mesmo após três anos de governo Trump não conseguiu definir um discurso conjunto para fazer frente aos arroubos presidenciais.

Mesmo que por um lado os últimos anos tenham coroado o partido democrata com um quadro de políticos mais diversificado, do outro, nenhum dos novos rostos mostrou ter carisma suficiente para ameaçar uma reeleição de Trump, turbinada por números recordes de emprego. Nesse cenário, o favorito para o embate é Joe Biden, ex-vice presidente de Barack Obama. Biden é uma opção mais segura, conhecida nacionalmente, e capaz de atrair o eleitor de centro. Muitos de seus 19 adversários levam os democratas para os extremos, o que inflada os democratas mais engajados, mas reduz a chance de vitória.

Segundo o site RealClearPolitics, Joe Biden é o favorito com uma média de 31%, seguido de Bernie Sanders, com 15%, e Elizabeth Warren, com 12%. Apesar dos 20 pré-candidatos, no final, a disputa deverá se resumir na valorização do tradicionalismo democrata de Biden versus a nova feição do partido, representada por Warren e Sanders. Os opositores vêm trabalhando por uma renovação, o que deve colocar grande parte dos pré-candidatos contra Biden. Em meio ao racha interno entre o velho e o novo que enfraquece possíveis candidaturas, quem seguirá ganhando com a crise de identidade democrata é Donald Trump.

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