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Texit: deputado sugere que Texas deixe os EUA após vitória de Biden

"O governo federal está fora de controle e não representa os valores dos texanos", escreveu no Facebook o deputado republicano Kyle Biedermann

Kyle Biedermann, deputado estadual do Texas: apoio ao "Texit" (JoeBach44, CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons)

Kyle Biedermann, deputado estadual do Texas: apoio ao "Texit" (JoeBach44, CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 13h45.

Última atualização em 14 de dezembro de 2020 às 19h00.

Em meio às ações judiciais da campanha do presidente Donald Trump e aliados contestando a derrota na eleição americana, um deputado do Texas foi além e sugeriu que o estado deve "ser independente" e deixar os Estados Unidos.

"O governo federal está fora de controle e não representa os valores dos texanos", escreveu em seu perfil no Facebook o deputado estadual republicano Kyle Biedermann. "É por isso que estou comprometido em apresentar um projeto de lei para permitir um referendo que dê aos texanos o direito ao voto para o Estado do Texas garantir seu status como uma nação independente."

Em seu site, Biedermann, que faz parte da assembleia legislativa estadual do Texas desde 2017, criou uma petição online para apoiadores da saída do Texas -- que vem sendo chamada de "Texit" (em referência ao inglês exit, ou saída).

Na mensagem, o deputado também diz que uma saída do Texas dos Estados Unidos vai de acordo com a Constituição do estado.

A declaração veio depois que a Suprema Corte americana negou uma ação de republicanos para que os resultados da eleição no Texas fossem revisados. Trump ganhou no Texas com alguma folga, seis pontos percentuais, mas teve um dos piores resultados das últimas décadas (foram 52% dos votos para Trump contra 46,5% dos votos para Biden).

A campanha de Trump também perdeu ações judiciais para reverter o resultado em outros estados decisivos. Os democratas venceram pela primeira vez em mais de 20 anos em estados historicamente republicanos, como o Arizona e a Geórgia.

À esta altura, são nulas as chances de que a vitória do democrata Joe Biden seja revertida. Ao todo, Biden venceu com 306 votos no colégio eleitoral, contra 232 de Trump (vitória parecida à de Trump em 2016). Cada estado tem um número de votos a depender do tamanho da população, um sistema diferente do brasileiro. Nos votos absolutos, Biden também venceu, com 51,3% do total, mais de 81,3 milhões de votos.

O colégio eleitoral, composto por civis escolhidos (os chamados delegados) que confirmam os votos dados pela população nas urnas, se reúne nesta segunda-feira, 14, e deve declarar a vitória de Biden oficialmente.

 

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