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Testemunho de chaveiro soma confusão à morte de promotor

"A porta de serviço estava aberta. Qualquer um poderia ter feito", disse chaveiro, após prestar depoimento à promotora que investiga a morte de Alberto Nisman


	Apartamento de Nisman: promotor foi encontrado morto no banheiro de sua casa na madrugada de segunda-feira
 (Marcos Brindicci/)

Apartamento de Nisman: promotor foi encontrado morto no banheiro de sua casa na madrugada de segunda-feira (Marcos Brindicci/)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 16h57.

Buenos Aires - A porta de serviço da casa do promotor argentino Alberto Nisman, encontrado morto na segunda-feira, não estava fechada com chave e poderia ter sido aberta em qualquer momento, afirmou o chaveiro que facilitou o acesso ao local nesse dia, o que semeou novas dúvidas sobre as circunstâncias da morte.

"A porta de serviço estava aberta. Qualquer um poderia ter feito", explicou o chaveiro, identificado como Walter, após prestar depoimento à promotora que investiga a morte de Nisman, Viviana Fein.

Nisman, de 51 anos, foi encontrado morto no banheiro de sua casa na madrugada de segunda-feira, com um tiro na têmpora, horas antes de comparecer ao Congresso para informar detalhes de sua denúncia de que a presidente Cristina Kirchner teria acobertado em um acordo comercial os terroristas iranianos responsáveis pelo ataque ao centro judaico Amia, que deixou 85 mortos em 1994.

Walter foi chamado domingo na noite pela mãe de Nisman para que ela pudesse entrar na casa do filho após receber um chamado da secretária do promotor, alertada pelos guarda-costas que estranharam ele não responder à campainha, nem ao telefone.

O chaveiro afirmou que não forçou a porta principal "porque tinha um impedimento" e decidiu entrar pela porta de serviço.

Na porta de serviço "a chave estava no lado de dentro", disse Walter, que explicou que "com um arame levantou essa chave um milímetro e a empurrou até ela cair no chão" e em seguida usou uma cópia dada pela mãe do promotor para girar o fecho e abrir.

Em seu trabalho, que não demandou mais de dez minutos no total, o profissional esteve acompanhado pela mãe do promotor Nisman e pelo chefe dos bombeiros, contou.

A justiça também investiga uma pegada e uma pisada localizadas no corredor do apartamento de Nisman após descobrirem um terceiro acesso a sua casa.

Segundo fontes judiciais, a passagem comunica o apartamento do promotor com outro em um setor onde estão localizados os equipamentos de ar condicionado.

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