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Termina com três mortos tomada de reféns em café de Sydney

A polícia australiana pôs fim ao sequestro em um café do centro de Sydney, que terminou com três mortos, entre eles o sequestrador

Oficiais da polícia são vistos durante a operação do café no centro de Sydney (Saeed Khan/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 21h01.

Sydney - A polícia australiana pôs fim, nesta terça-feira, com a tomada de reféns em um café do centro de Sydney, que acabou com três mortos, entre eles o sequestrador, um "islâmico radical" que agiu sozinho.

"O cerco em Sydney terminou", anunciou a polícia pelo Twitter pouco antes das três da manhã de terça-feira, hora local (14H00 de Brasília nesta segunda-feira), mais de 16 horas depois de iniciada a tomada de reféns do Lindt Chocolat Cafe.

Mais tarde, a polícia anunciou que na operação das forças especiais morreram o sequestrador, abatido a tiros e dois reféns, um homem de 34 anos e uma mulher de 38.

Outras seis pessoas ficaram feridas. No total, foram feitos 17 reféns.

Entre eles estaria a brasileira Marcia Mikhael, nascida em Goiânia. De acordo com a imprensa no Brasil, ela estaria bem após o sequestro , mas o Itamaraty não confirmou a informação.

O sequestrador iraniano era um extremista e sofria de problemas mentais, afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que definiu o ato como "um encontrão com o terrorismo ".

Segundo Abbott, o indivíduo morto no ataque das forças especiais da polícia "tinha um longo histórico de delitos violentos, extremismo e instabilidade mental". "A medida em que avançava o sequestro (...) tratou de inserir seus atos no simbolismo do culto de morte do Estado Islâmico", o grupo jihadista que semeia o terror em partes da Síria e do Iraque, assinalou Abbott.

A Austrália integra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que combate o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Segundo a polícia, o sequestrador, de 50 anos, agiu sozinho, e no interior do café não foram encontrados explosivos, como chegou a ser aventado.

As forças especiais da polícia invadiram o local às 02H00 (13H00 de Brasília), ao que se seguiu uma série de detonações, enquanto alguns reféns saiam correndo.

Durante o dia, cinco reféns tinham conseguido fugir do local.

Após o desenlace do sequestro, a polícia informou já ter conhecimento da identidade do suspeito, mas não o identificou oficialmente. Vários veículos de comunicação o identificaram como Man Haron Monis, um clérigo nascido no Irã.

Segundo o jornal The Australian, o homem enviou cartas ofensivas a famílias de soldados mortos. Ele estava em liberdade condicional, acusado de ser cúmplice no assassinato da ex-mulher.

Um "islâmico radical"

O jornal acrescentou que o suspeito chegou em 1996 à Austrália com status de refugiado, vivia na periferia de Sydney e era um "islâmita radical".

Seu ex-advogado, Manny Conditsis, descartou que a tomada de reféns tenha sido um ato organizado.

"É um indivíduo perturbado, que cometeu um ato escandaloso", declarou ao canal de televisão ABC.

As motivações do atacante não eram claramente conhecidas, mas ele obrigou vários reféns a manter grudada em uma janela uma bandeira negra com uma frase em árabe.

A bandeira exibida é a que costuma ser usada por grupos jihadistas. Nela, se lê a "shahada", ou profissão de fé, do Islã: "Não há outro Deus além de Alá e Maomé é seu profeta".

Após os acontecimentos, mais de 40 grupos muçulmanos australianos condenaram a tomada de reféns e o uso da profissão de fé do Islã.

O Irá também expressou sua "condenação à tomada de reféns", declarou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham, à agência estatal IRNA.

"Recorrer a tais atos desumanos e provocar pânico em nome do Islã não é justificável sob nenhuma condição", afirmou a porta-voz.

Um país em alerta

A Austrália está em alerta nas últimas semanas pelo medo de que alguns cidadãos que lutam ao lado dos jihadistas do grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria possam cometer ataques ao voltar ao país.

Após convocar o comitê de segurança nacional, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, mencionou a existência de "elementos que apontam" para um ato "com motivações políticas".

Neste sentido, o local escolhido para a tomada de reféns não teria sido fruto do acaso.

O Martin Place, bairro onde está o café, é um centro financeiro e abriga vários prédios públicos, como o Parlamento de Nova Gales do Sul e o Banco Central, bem como sedes diplomáticas, como a embaixada dos Estados Unidos.

O incidente coincide com a prisão, em Sydney, de um homem de 25 anos que, segundo as autoridades, poderia fazer parte de um plano para cometer atentados em território australiano.

O chefe da polícia do estado de Nova Gales do Sul disse que para ele os dois casos estão vinculados.

Em setembro, o governo decidiu aumentar o nível de alerta por ameaças terroristas e a polícia realizou operações antiterror em todo o país, nas quais só foram acusadas duas pessoas.

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Sydney - A polícia australiana pôs fim, nesta terça-feira, com a tomada de reféns em um café do centro de Sydney, que acabou com três mortos, entre eles o sequestrador, um "islâmico radical" que agiu sozinho.

"O cerco em Sydney terminou", anunciou a polícia pelo Twitter pouco antes das três da manhã de terça-feira, hora local (14H00 de Brasília nesta segunda-feira), mais de 16 horas depois de iniciada a tomada de reféns do Lindt Chocolat Cafe.

Mais tarde, a polícia anunciou que na operação das forças especiais morreram o sequestrador, abatido a tiros e dois reféns, um homem de 34 anos e uma mulher de 38.

Outras seis pessoas ficaram feridas. No total, foram feitos 17 reféns.

Entre eles estaria a brasileira Marcia Mikhael, nascida em Goiânia. De acordo com a imprensa no Brasil, ela estaria bem após o sequestro , mas o Itamaraty não confirmou a informação.

O sequestrador iraniano era um extremista e sofria de problemas mentais, afirmou nesta terça-feira o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que definiu o ato como "um encontrão com o terrorismo ".

Segundo Abbott, o indivíduo morto no ataque das forças especiais da polícia "tinha um longo histórico de delitos violentos, extremismo e instabilidade mental". "A medida em que avançava o sequestro (...) tratou de inserir seus atos no simbolismo do culto de morte do Estado Islâmico", o grupo jihadista que semeia o terror em partes da Síria e do Iraque, assinalou Abbott.

A Austrália integra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que combate o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Segundo a polícia, o sequestrador, de 50 anos, agiu sozinho, e no interior do café não foram encontrados explosivos, como chegou a ser aventado.

As forças especiais da polícia invadiram o local às 02H00 (13H00 de Brasília), ao que se seguiu uma série de detonações, enquanto alguns reféns saiam correndo.

Durante o dia, cinco reféns tinham conseguido fugir do local.

Após o desenlace do sequestro, a polícia informou já ter conhecimento da identidade do suspeito, mas não o identificou oficialmente. Vários veículos de comunicação o identificaram como Man Haron Monis, um clérigo nascido no Irã.

Segundo o jornal The Australian, o homem enviou cartas ofensivas a famílias de soldados mortos. Ele estava em liberdade condicional, acusado de ser cúmplice no assassinato da ex-mulher.

Um "islâmico radical"

O jornal acrescentou que o suspeito chegou em 1996 à Austrália com status de refugiado, vivia na periferia de Sydney e era um "islâmita radical".

Seu ex-advogado, Manny Conditsis, descartou que a tomada de reféns tenha sido um ato organizado.

"É um indivíduo perturbado, que cometeu um ato escandaloso", declarou ao canal de televisão ABC.

As motivações do atacante não eram claramente conhecidas, mas ele obrigou vários reféns a manter grudada em uma janela uma bandeira negra com uma frase em árabe.

A bandeira exibida é a que costuma ser usada por grupos jihadistas. Nela, se lê a "shahada", ou profissão de fé, do Islã: "Não há outro Deus além de Alá e Maomé é seu profeta".

Após os acontecimentos, mais de 40 grupos muçulmanos australianos condenaram a tomada de reféns e o uso da profissão de fé do Islã.

O Irá também expressou sua "condenação à tomada de reféns", declarou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham, à agência estatal IRNA.

"Recorrer a tais atos desumanos e provocar pânico em nome do Islã não é justificável sob nenhuma condição", afirmou a porta-voz.

Um país em alerta

A Austrália está em alerta nas últimas semanas pelo medo de que alguns cidadãos que lutam ao lado dos jihadistas do grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria possam cometer ataques ao voltar ao país.

Após convocar o comitê de segurança nacional, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, mencionou a existência de "elementos que apontam" para um ato "com motivações políticas".

Neste sentido, o local escolhido para a tomada de reféns não teria sido fruto do acaso.

O Martin Place, bairro onde está o café, é um centro financeiro e abriga vários prédios públicos, como o Parlamento de Nova Gales do Sul e o Banco Central, bem como sedes diplomáticas, como a embaixada dos Estados Unidos.

O incidente coincide com a prisão, em Sydney, de um homem de 25 anos que, segundo as autoridades, poderia fazer parte de um plano para cometer atentados em território australiano.

O chefe da polícia do estado de Nova Gales do Sul disse que para ele os dois casos estão vinculados.

Em setembro, o governo decidiu aumentar o nível de alerta por ameaças terroristas e a polícia realizou operações antiterror em todo o país, nas quais só foram acusadas duas pessoas.

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