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Teremos vacina contra a covid-19 para imunizar todo o planeta em 2021?

Estimativas apontam que laboratórios devem produzir vacina suficiente para imunizar toda a população, mas a distribuição não é igualitária

Funcionário trabalha na linha de produção da vacina de dose única contra a covid-19 da CanSino em Tianjin, China. (China Daily/Reuters)

Funcionário trabalha na linha de produção da vacina de dose única contra a covid-19 da CanSino em Tianjin, China. (China Daily/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 29 de maio de 2021 às 08h18.

Para imunizar todas as pessoas com mais de cinco anos contra a covid-19 no mundo são necessárias 10,82 bilhões de doses de vacina, considerando que a maior parte delas é aplicada em duas doses. Estimativa feita pela consultoria de análise de dados Airfinity aponta que até o fim deste ano, os 18 principais laboratórios produtores de imunizantes devem fabricar um total de 11,14 bilhões de doses. 

A projeção leva em conta os acordos firmados entre os laboratórios e os governos, além do ritmo de produção atual. A expectativa dos laboratórios é mais otimista, com previsão de produzir pouco mais de 22 bilhões de doses, mas a Airfinity ressalta que coloca no seu cálculo o ritmo de produção nos cinco primeiros meses do ano: 1,73 bilhão de doses. Ou seja, há a possibilidade de incremento nos números.

A maior parte da produção anual virá da Pfizer/BioNTech, com 2,47 bilhões, seguida da AstraZeneca, com 1,96 bilhão, que no Brasil tem parceria com a Fiocruz. Em terceiro aparece o laboratório chinês Sinovac, que tem parceria com o Instituto Butantan, e produção de 1,35 bilhão de doses em todo o planeta.

O Brasil já comprou um total de 662 milhões de doses, segundo dados do Ministério da Saúde.

“A produção no terceiro trimestre de 2021 deve ser superior a 3 bilhões de doses, enquanto no quarto trimestre espera-se que a produção alcance pouco menos de 5 bilhões de doses. Caso as previsões se concretizem, teríamos vacina suficiente para atingir a imunidade de rebanho em todo o mundo”, diz o relatório publicado nesta semana.

Apesar da produção ser capaz de vacinar todo o planeta ainda este ano, a distribuição não deve ser igualitária. O relatório aponta que vários países compraram estoques extras e devem acumular doses, principalmente caso haja a necessidade de uma terceira dose. O maior montante excedente deve ficar na União Europeia (885 milhões), Estados Unidos (539 milhões), Japão (300 milhões), e Reino Unido (297 milhões).

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, há a contratação de um total de 662 milhões de doses de vacina, com cronograma de entregar até o fim de 2021, ou seja, um excedente de 118 milhões - levando em conta a vacinação de toda a população.

Os maiores volumes foram comprados da Fiocruz/AstraZeneca (210 milhões), da Pfizer/BioNTech (200 milhões), e do Instituto Butantan/Sinovac (130 milhões). Até o fim de maio, o governo federal já distribuiu quase 90 milhões de doses.


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