Tepco busca US$ 25 bi para reparos em usina no Japão
Operadora energética busca empréstimos, mas há dúvidas sobre as dívidas reais
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2011 às 20h39.
Tóquio - A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da usina Daiichi, em Fukushima, no Japão, está buscando cerca de 2 trilhões de ienes, ou US$ 25 bilhões, em empréstimos para financiar reparos nos reatores danificados pelo terremoto do dia 11. No entanto, ainda existem dúvidas sobre quanto exatamente a companhia - e não o governo central do Japão - poderá ter que pagar de indenizações no futuro.
As principais unidades dos três maiores bancos do país - Mitsubishi UFJ Financial Group, Sumitomo Mitsui Financial Group e Mizuho Financial Group - estão considerando individualmente um empréstimo no valor total de cerca de 1,4 trilhão de ienes para a Tepco, segundo fontes. O Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ forneceria 300 bilhões de ienes, o Sumitomo Mitsui Banking liberaria 600 bilhões de ienes e o Mizuho Corporate Bank ofereceria 500 bilhões de ienes. Quatro bancos fiduciários (Sumitomo Trust & Banking Corp., Chuo Mitsui Trust Holdings Inc., Mitsubishi UFJ Trust & Banking e Mizuho Trust & Banking Co.) também estão considerando empréstimo de cerca de 120 bilhões de ienes cada um, de acordo com fontes.
Na segunda-feira, o chefe de gabinete do governo japonês, Yukio Edano, afirmou que a Tepco vai compensar os agricultores cuja produção tenha sido contaminada por partículas radioativas em áreas próximas à usina. No entanto, a legislação do país pode dificultar o processo. De acordo com a Lei sobre Compensação para Danos Nucleares de 1961, o operador de uma instalação nuclear não será responsável por qualquer dano causado por seu reator se isso ocorrer em razão de "um grave desastre natural de caráter excepcional". Isso significa que as seguradoras da usina provavelmente ficarão isentas do pagamento, conforme a lei.
A Tepco também precisará de recursos para cobrir bônus com vencimento no próximo ano fiscal, que somam cerca de 550 bilhões de ienes. Com a capacidade de emitir bônus novos prejudicada por cortes feitos pela Moody's e pela Standard & Poor's em seu rating (classificação de risco de crédito), as opções da empresa estão restritas a fornecedores de empréstimos comerciais ou públicos. As informações são da Dow Jones.