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Tensões entre Albânia e Sérvia voltam à tona

Históricas tensões voltaram à tona, quando partida teve que ser interrompida por ações da torcida sérvia, em resposta a ato do lado albanês

Bandeira levada por drone que sobrevoou campo de futebol em Belgrado, Sérvia (Marko Djurica/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 09h16.

Tirana - As históricas tensões entre Albânia e Sérvia voltaram à tona na noite desta terça-feira, quando a partida das Eliminatórias para a Eurocopa de 2016 em Belgrado, a capital da Sérvia, teve que ser interrompida pelos incidentes protagonizados pela torcida sérvia depois que um drone sobrevoou o estádio com uma bandeira da chamada "Grande Albânia".

Apesar de os torcedores albaneses terem sido impedidos de assistir a partida pelo temor de que pudessem protagonizar uma grande confusão, o sobrevoo do drone com a bandeira da "Grande Albânia" provocou indignação entre os sérvios, causando distúrbios na arquibancada e uma briga generalizada no gramado entre os jogadores das duas seleções.

Olsi Rama, irmão do primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, foi detido e interrogado pelas suspeitas de que foi o responsável por comandar remotamente o drone de dentro do camarote de autoridades do estádio, de acordo com informações de Belgrado.

O ministro de Relações Exteriores da Sérvia, Ivica Dacic, opinou que o ocorrido é especialmente grave pelo envolvimento do irmão do primeiro-ministro da Albânia que, disse, "era um convidado aqui".

O ministro do Interior da Albânia, Saimir Tahiri, afirmou nesta quarta-feira que são incertas as notícias procedentes de Belgrado de que Olsi Rama foi detido.

Tahiri afirmou que entrou em contato com as autoridades sérvias que lhe garantiram que Olsi Rama não está preso.

Apesar de a partida ter sido suspensa, milhares de albaneses, a maioria deles jovens, comemoraram até o amanhecer nas ruas da capital Tirana e de outras cidades do país o resultado do jogo, que foi suspenso no final do primeiro tempo com o placar em 0 a 0.

Muitos albaneses foram até o aeroporto "Madre Teresa" de Tirana para receber os jogadores como heróis nacionais.

Não são poucos os que estão convencidos que a Uefa dará finalmente à Albânia esses três pontos devido ao que consideraram a grande agressividade demonstrada pelos torcedores sérvios contra os jogadores albaneses.

"Não importa se vamos nos classificar ou não. O que importa é vencer a Sérvia", disse à Agência Efe Astrit Kushi, um torcedor albanês, vestido de vermelho e preto, as cores da bandeira nacional, enquanto comemorava com seus companheiros na principal avenida de Tirana.

Os tons nacionalistas também dominaram as capas dos jornais, com manchetes como "Sérvia e Albânia, a batalha pela bandeira. Os símbolos albaneses descem do céu e enlouquecem os torcedores".

O jornal "Shqip" ilustrava a manchete com uma foto do mapa vermelho da Grande Albânia, que compreende também o Kosovo e partes de Montenegro, Macedônia e Grécia.

"Belgrado "rubro-negro". Bandeira no céu, violência no estádio", e "Vitória pela bandeira", eram outros destaques da imprensa esportiva.

Em um tweet, o primeiro-ministro, Edi Rama, escreveu que se sente "orgulhoso" dos rubro-negros, enquanto considerou a partida uma "manifestação feia" de seus vizinhos.

O clima de nacionalismo e extremismo vivido no estádio sérvio colocou em risco a viagem de Rama a Belgrado, prevista para a próxima semana. Caso ela aconteça, será a primeira visita de um primeiro-ministro albanês à Sérvia em 68 anos.

Alguns analistas políticos, como Ben Andoni, vice-redator-chefe da revista "Java", acreditam que a visita poderia ser cancelada, mas, por enquanto, não há nenhuma informação que Rama, que atualmente está nos EUA, pretende tomar essa atitude.

A visita é extremamente delicada pelas tensões entre ambos os países, que apesar de serem históricas, se agravaram por causa da independência unilateral da província sérvia do Kosovo, de maioria albanesa, que a Sérvia nunca reconheceu.

Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores da Albânia, as conversas de Rama com as autoridades sérvias focariam, no entanto, em temas menos polêmicos, particularmente nos processos de integração europeia, já que os dois países pretendem fazer parte da UE, e na colaboração econômica bilateral.

Desde que assumiu o governo em setembro de 2013, Rama expressou seu interesse em visitar a Sérvia, mas Belgrado rejeitou em duas ocasiões este pedido devido à proximidade das eleições.

Durante as tensões bilaterais em 1999 por causa do conflito do Kosovo, os sérvios romperam as relações diplomáticas com a Albânia, que foram reestabelecidas após o fim da guerra.

A última visita de alto nível foi a do primeiro-ministro albanês Enver Hoxha em 1946, quando se encontrou em Belgrado com o líder iugoslavo, Josif Broz Tito.

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Apesar de os torcedores albaneses terem sido impedidos de assistir a partida pelo temor de que pudessem protagonizar uma grande confusão, o sobrevoo do drone com a bandeira da "Grande Albânia" provocou indignação entre os sérvios, causando distúrbios na arquibancada e uma briga generalizada no gramado entre os jogadores das duas seleções.

Olsi Rama, irmão do primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, foi detido e interrogado pelas suspeitas de que foi o responsável por comandar remotamente o drone de dentro do camarote de autoridades do estádio, de acordo com informações de Belgrado.

O ministro de Relações Exteriores da Sérvia, Ivica Dacic, opinou que o ocorrido é especialmente grave pelo envolvimento do irmão do primeiro-ministro da Albânia que, disse, "era um convidado aqui".

O ministro do Interior da Albânia, Saimir Tahiri, afirmou nesta quarta-feira que são incertas as notícias procedentes de Belgrado de que Olsi Rama foi detido.

Tahiri afirmou que entrou em contato com as autoridades sérvias que lhe garantiram que Olsi Rama não está preso.

Apesar de a partida ter sido suspensa, milhares de albaneses, a maioria deles jovens, comemoraram até o amanhecer nas ruas da capital Tirana e de outras cidades do país o resultado do jogo, que foi suspenso no final do primeiro tempo com o placar em 0 a 0.

Muitos albaneses foram até o aeroporto "Madre Teresa" de Tirana para receber os jogadores como heróis nacionais.

Não são poucos os que estão convencidos que a Uefa dará finalmente à Albânia esses três pontos devido ao que consideraram a grande agressividade demonstrada pelos torcedores sérvios contra os jogadores albaneses.

"Não importa se vamos nos classificar ou não. O que importa é vencer a Sérvia", disse à Agência Efe Astrit Kushi, um torcedor albanês, vestido de vermelho e preto, as cores da bandeira nacional, enquanto comemorava com seus companheiros na principal avenida de Tirana.

Os tons nacionalistas também dominaram as capas dos jornais, com manchetes como "Sérvia e Albânia, a batalha pela bandeira. Os símbolos albaneses descem do céu e enlouquecem os torcedores".

O jornal "Shqip" ilustrava a manchete com uma foto do mapa vermelho da Grande Albânia, que compreende também o Kosovo e partes de Montenegro, Macedônia e Grécia.

"Belgrado "rubro-negro". Bandeira no céu, violência no estádio", e "Vitória pela bandeira", eram outros destaques da imprensa esportiva.

Em um tweet, o primeiro-ministro, Edi Rama, escreveu que se sente "orgulhoso" dos rubro-negros, enquanto considerou a partida uma "manifestação feia" de seus vizinhos.

O clima de nacionalismo e extremismo vivido no estádio sérvio colocou em risco a viagem de Rama a Belgrado, prevista para a próxima semana. Caso ela aconteça, será a primeira visita de um primeiro-ministro albanês à Sérvia em 68 anos.

Alguns analistas políticos, como Ben Andoni, vice-redator-chefe da revista "Java", acreditam que a visita poderia ser cancelada, mas, por enquanto, não há nenhuma informação que Rama, que atualmente está nos EUA, pretende tomar essa atitude.

A visita é extremamente delicada pelas tensões entre ambos os países, que apesar de serem históricas, se agravaram por causa da independência unilateral da província sérvia do Kosovo, de maioria albanesa, que a Sérvia nunca reconheceu.

Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores da Albânia, as conversas de Rama com as autoridades sérvias focariam, no entanto, em temas menos polêmicos, particularmente nos processos de integração europeia, já que os dois países pretendem fazer parte da UE, e na colaboração econômica bilateral.

Desde que assumiu o governo em setembro de 2013, Rama expressou seu interesse em visitar a Sérvia, mas Belgrado rejeitou em duas ocasiões este pedido devido à proximidade das eleições.

Durante as tensões bilaterais em 1999 por causa do conflito do Kosovo, os sérvios romperam as relações diplomáticas com a Albânia, que foram reestabelecidas após o fim da guerra.

A última visita de alto nível foi a do primeiro-ministro albanês Enver Hoxha em 1946, quando se encontrou em Belgrado com o líder iugoslavo, Josif Broz Tito.

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