Mundo

TCU: Fifa deveria escolher país sede da Copa 10 anos antes

O tribunal culpou a Fifa pelos atrasos identificados em algumas das obras previstas para a Copa de 2014 no Brasil

O ministro do TCU Valmir Campelo Bezerra: "é grande a dificuldade em trazer recursos com o espaço curto de tempo” (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O ministro do TCU Valmir Campelo Bezerra: "é grande a dificuldade em trazer recursos com o espaço curto de tempo” (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2012 às 18h42.

Brasília - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo Bezerra disse hoje (28) que os atrasos identificados em algumas das obras previstas para a Copa de 2014, no Brasil, ocorreram, em grande parte, por a Fifa não anunciar com maior antecedência os países que serão sede do evento esportivo.

“De fato, o Brasil não pensou com antecedência, mas não apenas por culpa do país. Acredito que exista um grande defeito nesse processo. Ela [a Fifa] precisa decidir com um mínimo de dez a 15 anos de antecedência o país que sediará a Copa, porque é grande a dificuldade em trazer recursos com o espaço curto de tempo”, disse o ministro durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

Ele avalia que, com prazos maiores, os custos das obras poderiam ser reduzidos. “Claro que o ganho social, político e de repercussão mundial é bem maior que isso”, acrescentou. “Mas se o Brasil teve capacidade de realizar a primeira Copa, em 1950, tem todas as condições de realizar [a de 2014] com mais sabedoria e competência”, completou.

“Cerca de um ano e três meses antes de a Copa da África ser realizada, me reuni com diversos ministros e pedi que providenciassem os projetos executivos. Vieram as eleiçõe e isso acabou ficando impossibilitado. Tínhamos apenas projetos básicos, ao invés dos projetos executivos, e isso acabou prejudicando [o processo]”, revelou Campelo. “Mas [agora] não existe absolutamente nenhum entrave e tudo está dentro do cronograma”.

O ministro reiterou preocupação com o preenchimento dos estádios nas localidades onde os times de futebol não têm expressão, mas citou casos em que as arenas poderão ser usadas para outros tipos de eventos.

“É o caso do estádio de Brasília [Estádio Nacional]. Apesar de os times locais não terem grandes torcidas, Brasília realmente precisa de estádio por ser a capital do país. Acredito que o governador [Agnelo Queiroz] tenha a intenção de usar o estádio também em grandes concertos”, disse o ministro.

Campelo esclareceu que não cabe ao TCU investigar as obras que são tocadas por meio de parcerias público privadas. “Nelas não entramos porque o fluxo [de torcedores] projetado é feito pelas próprias empresas, que detêm o conhecimento [que as incentivou a fazer o investimento]”.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFifaFiscalizaçãoFutebolJustiça

Mais de Mundo

Com Itália envelhecida, projeto quer facilitar ida de imigrantes para trabalhar no país; entenda

Premiê de Bangladesh cancela viagem ao Brasil após protestos em massa

Supremo de Bangladesh anula cotas de emprego que geraram protestos com mais de 100 mortos

Coreia do Norte lança mais balões de lixo e Seul diz que tocará k-pop na fronteira como resposta

Mais na Exame