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Taiwan quer desculpas do Japão por exploração sexual

O Japão expressou na segunda-feira um "sincero pedido de desculpas" e um bilhão de ienes para as dezenas de ex-escravas sexuais sul-coreanas


	Violência sexual: presidente taiwanês aproveitou a ocasião para convidar o Japão a fazer o mesmo para as "mulheres de conforto" de Taiwan
 (Thinkstock)

Violência sexual: presidente taiwanês aproveitou a ocasião para convidar o Japão a fazer o mesmo para as "mulheres de conforto" de Taiwan (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 11h24.

Taiwan pediu nesta terça-feira para que o Japão peça desculpas e indenize as mulheres taiwanesas forçadas à prostituição pelo exército imperial japonês durante a Segunda Guerra Mundial, um dia depois de um acordo histórico entre Seul e Tóquio sobre esta mesma questão.

O Japão expressou na segunda-feira um "sincero pedido de desculpas" e um bilhão de ienes (7,5 milhões de euros) para as dezenas de ex-escravas sexuais sul-coreanas ainda vivas.

O presidente taiwanês Ma Ying-jeou aproveitou esta ocasião para convidar o Japão, que ocupou a ilha de 1895 a 1945, a fazer o mesmo para as "mulheres de conforto" de Taiwan.

"A posição do governo é pedir ao governo japonês que peça desculpas às 'mulheres de conforto' do nosso país durante a Segunda Guerra Mundial e para que as indenize, fazendo assim justiça", declarou nesta terça-feira à imprensa.

"Esperamos que o governo japonês faça mais para melhorar a situação das chamadas 'mulheres de conforto'. A nossa posição não mudou."

Estas mulheres, agora muito idosas, somam apenas quatro em toda a ilha, de acordo com a Fundação de Atendimento à Mulher de Taipei, que vem em seu auxílio.

"A Coreia do Sul é apenas o começo, e o Japão deve refletir como resolver o problema com as mulheres que foram vítimas dessa prática em Taiwan, China, Filipinas e Indonésia, que aguardam um pedido de desculpas e reparos", afirmou o diretor da Fundação, Kang Shu-hua.

"Esperamos que as quatro sobreviventes, que tem em média 91 anos, recebam em breve uma resposta oficial do Japão".

Somente 58 mulheres taiwanesas reconheceram oficialmente que foram escravas sexuais do Exército Imperial Japonês, das quais 54 morreram. Mas a Fundação estima que o número verdadeiro de vítimas das tropas japonesas é de, provavelmente, cerca de 2.000.

A maioria dos historiadores estimam que até 200.000 mulheres, em sua maioria coreanos, mas também chinesas, indonésias e cidadãs de outros países asiáticos, foram forçadas a se prostituir nos bordéis do exército imperial.

Na véspera, Seul e Tóquio alcançaram um histórico acordo sobre o drama histórico das mulheres submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, considerou que o acordo inicia uma "nova era" nas relações entre os dois países.

A questão da escravidão sexual envenenava as relações entres os dois vizinhos há décadas, o que contraria igualmente Washington, que preferia ver seus aliados concentrados em uma resposta conjunta às ambições da China na região.

O Japão aceitou depositar um bilhão de ienes (8,3 milhões de dólares) em indenização às vítimas sul-coreanas ainda vivas.

Desde que chegou ao poder, em fevereiro de 2013, a sul-coreana presidente Park Geun-Hye adotou uma posição intransigente a este respeito, dizendo ser o "o maior obstáculo" para que ambos os países pudessem ter relações amistosas.

Segundo vários historiadores, 200.000 mulheres, principalmente coreanas, mas também chinesas, indonésias e de outras nacionalidades, foram submetidas à escravidão sexual pelo exército japonês. Na Coreia do Sul restam 46 sobreviventes.

A posição do Japão, que ocupou a Coreia de 1910 a 1945, era até o momento de considerar que esta questão havia sido resolvida em 1965, em favor do acordo que restabeleceu as relações diplomáticas entre Tóquio e Seul.

No entanto, cerca de 200 militantes nacionalistas japoneses se manifestaram nesta terça, em Tóquio, contra o acordo ao qual chamam de traição.

"Abe, você desonra o espírito dos mortos da guerra", afirmou uma ativista, sugerindo que o primeiro-ministro japonês fizesse harakiri, o ritual de suicídio que literalmente significa "corte no ventre".

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