Aung San Suu Kyi conquistou pela primeira vez uma vaga de deputada após as eleições históricas de 1º de abril, que transformaram seu partido, a Liga Nacional Democrática (LND), na maior força de oposição do país (Ye Aung Thu/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2012 às 08h32.
Yangun - A opositora birmanesa Aung San Suu Kyi anunciou nesta segunda-feira que prestará juramento no Parlamento, apesar da disputa com o regime, que na semana passada a obrigou a assistir à primeira sessão.
A vencedora do Nobel da Paz declarou que prestará juramento "de acordo com a vontade do povo", sem mencionar uma data. Suu Kyi havia se negado até então a prometer "salvaguardar" a Constituição de 2008, da qual pede uma reforma.
"Compareceremos ao Parlamento o mais rápido possível", declarou Suu Kyi na sede de seu partido.
"A razão pela qual aceitamos é, em primeiro lugar, a vontade do povo. Nossos eleitores votaram por nós porque querem que estejamos no Parlamento", completou.
A Constituição, concebida pelo regime anterior e aprovada em referendo em 2008, uma semana depois da passagem do ciclone Nargis (138.000 mortos ou desaparecidos), concede importantes poderes aos militares e para Suu Kyi a reforma da Carta Magna é uma prioridade.
Aung San Suu Kyi conquistou pela primeira vez uma vaga de deputada após as eleições históricas de 1º de abril, que transformaram seu partido, a Liga Nacional Democrática (LND), na maior força de oposição do país.
Nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se reuniu com o presidente de Mianmar, Thein Sein, em um novo sinal de apoio da comunidade internacional ao novo regime, que intensifica as reformas desde o ano passado.
Ban deve pronunciar o primeiro discurso de uma autoridade estrangeira no Parlamento birmanês.
Na terça-feira está previsto um encontro do secretário-geral da ONU com Suu Kyi em Yangun.