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Suspeito de atentado em Paris foi treinado pela Al Qaeda

A revelação foi feita por funcionários do alto escalão do governo americano à emissora "CNN" e ao jornal "New York Times"


	Homenagens aos jornalistas assassinados após atentado à revista Charlie Hebdo: a organização encoraja seus seguidores a atacarem ocidentais que fizeram ofensas ao Islã
 (Anne-Christine Poujoulat/AFP)

Homenagens aos jornalistas assassinados após atentado à revista Charlie Hebdo: a organização encoraja seus seguidores a atacarem ocidentais que fizeram ofensas ao Islã (Anne-Christine Poujoulat/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 05h45.

Washington - Um dos dois irmãos suspeitos de ter cometido o massacre contra a revista francesa "Charlie Hebdo" recebeu treinamento em 2011 de uma organização terrorista ligada à Al Qaeda no Iêmen, revelaram nesta quinta-feira funcionários do alto escalão do governo americano à emissora "CNN" e ao jornal "New York Times".

Os serviços de Inteligência dos Estados Unidos estão averiguando se o grupo vinculado à Al Qaeda ordenou explicitamente o ataque contra a revista, mas, por enquanto, não há indicações de que os irmãos tenham recebido instruções diretas do grupo ou façam parte de uma célula terrorista na França, explicaram as mesmas fontes.

Em artigo recente da "Inspire", a publicação da Al Qaeda no Iêmen, a organização encoraja seus seguidores a atacarem ocidentais que fizeram ofensas ao Islã.

O nome do diretor da publicação francesa, Stéphane Charbonnier, que morreu no atentado, aparece na revista sob a frase: "Uma bala por dia mantém afastados os infiéis - defendeu o profeta Maomé", conforme detalhou o "New York Times".

Said Kouachi, um dos suspeitos - junto com seu irmão Chérif - de ter cometido o pior atentado em solo francês nos últimos 50 anos, passou "vários meses" no Iêmen aprendendo a usar armas de combate como as utilizadas no ataque contra a redação da publicação satírica em Paris, que resultou na morte de 12 pessoas.

Os dois irmãos estão há anos na lista de suspeitos de terrorismo dos Estados Unidos, por isso seus nomes também aparecem entre os indivíduos que estão proibidos de embarcar em aviões comerciais com destino e saída nos Estados Unidos, segundo fontes oficiais citadas pelo "New York Times".

Os irmãos Kouachi foram acompanhados de perto durante uma década pelas autoridades francesas e americanas. Chérif - o mais novo - chamou a atenção da França há dez anos e foi detido em 2005 quando se preparava para ir à Síria, a primeira etapa de uma viagem que o levaria ao Iraque, acrescentaram as fontes do jornal nova-iorquino.

Chérif foi condenado a três anos de prisão em 2008 por participar de uma rede de recrutamento de jihadistas.

No entanto, mesmo com os irmãos sob vigilância dos serviços secretos, "não havia elementos que indicassem um atentado iminente", segundo as declarações feitas hoje pelo ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve.

Os dois suspeitos foram vistos nesta quinta-feira em um posto de gasolina, que foi assaltado pelos mesmos, nas proximidades de Villers Cotterêts, na região de Picardia, ao nordeste de Paris.

As forças de segurança estenderam o nível de alerta máximo para essa região, e concentram suas buscas nesse local, com o apoio de militares e helicópteros. 

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