Suspeitas de assassinar irmão de Kim Jong-Un depõem em tribunal
O meio-irmão do líder norte-coreano foi assassinato na Malásia, após supostamente ter sido atacado por duas mulheres armadas com um agente neurotóxico
AFP
Publicado em 30 de maio de 2017 às 10h21.
As duas mulheres suspeitas do assassinato do meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-Un no aeroporto de Kuala Lumpur, em fevereiro, compareceram nesta terça-feira a um tribunal da Malásia .
A indonésia Siti Aisyah, 25 anos, e a vietnamita Thi Huong, 28 anos, vestidas com coletes à prova de balas, chegaram ao tribunal escoltadas pela polícia.
As duas foram acusadas de jogar um agente neurotóxico, o VX, uma versão do gás sarin, no rosto de Kim Jon-Nam, o que provocou a morte do meio-irmão de Kim Jong-Un.
As acusadas podem ser condenadas à pena de morte.
Durante a audiência, os advogados das duas mulheres afirmaram que não tiveram acesso ao conjunto do processo.
"O conceito de um julgamento justo exige que todos os documentos materiais sejam entregues à defensa o mais rápido possível", declarou Gooi Soon Seng, principal advogado de Siti Aisyah.
O procurador-geral adjunto Muhammad Iskandar Ahmad declarou que a defesa receberá todos os documentos do processo antes do julgamento.
As duas mulheres negam as acusações de assassinato e alegam que foram enganadas, pois acreditavam que participavam em um programa de televisão do estilo "pegadinha".
O juiz do tribunal anunciou que a Alta Corte de Justiça da Malásia deve estabelecer a data do início do julgamento.
Kim Jong-Nam, crítico do meio-irmão Kim Jong-Un, que governa a Coreia do Norte, vivia no exílio no momento de sua morte.
O governo da Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte pelo assassinato de Kim Jong-Nam.
Pyongyang rebateu e afirmou que a investigação da Malásia era uma campanha de difamação, pois segundo o regime norte-coreano Kim Jong-Nam foi vítima de um ataque cardíaco.
Malásia e Coreia do Norte expulsaram os respectivos embaixadores.