Governo britânico recomendou uso de máscaras e vacinas para conter a doença (Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC/Agência Brasil)
Repórter
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 12h04.
Um surto atribuído a uma mutação do vírus K, do tipo H3N2, atingiu o Reino Unido e a Europa com uma temporada de gripe mais intensa e mais precoce.
A supergripe, como veio a ser chamada, resultou em um aumento de 56% no número de internações no Reino Unido em relação ao mesmo período do ano anterior. Quando comparado aos dados de 2023, o número é 10 vezes maior, segundo apuração do jornal britânico Daily Mirror.
Autoridades da saúde no Reino Unido passaram a implantar regras que lembram as medidas da pandemia, como o uso de máscara se torna altamente recomendado em público, e passa a ser obrigatório em hospitais.
Além disso, especialistas recomendam evitar aglomerações, como lojas apertadas, escritórios e festas.
“O número de pacientes hospitalizados com gripe é extremamente alto para esta época do ano. Pior ainda, ele continua a aumentar e o pico ainda não está à vista, por isso o NHS enfrenta algumas semanas extremamente desafiadoras pela frente", disse a diretora médica do sistema de saúde público na Inglaterra, Meghana Pandit,
Hospitais britânicos estão enfrentando o “pior caso possível”, segundo as autoridades relevantes em um comunicado publicado nesta quinta-feira, 11. Já são mais de 2 mil leitos ocupados, cifra que aumentou em mais de 50% em apenas uma semana, no que foi descrito como “uma onda de supergripe sem precedentes”.
Cerca de 70 pacientes estão em estado crítico.
Para piorar, uma greve geral de médicos residentes – que representam quase metade da força médica da Inglaterra – está prevista para o dia 17 de dezembro. O ministro da saúde Wes Streeting, a fim de impedir a greve, já ofereceu um novo pacote de condições trabalhistas e benefícios, que os profissionais estão considerando.
Felizmente, existe uma vacina: mais de 17 milhões de doses já foram distribuídas no Reino Unido, um aumento de cerca de 350 mil doses em comparação ao mesmo período do ano passado.
Todos são encorajados a tomar a vacina, mas a recomendação vale especialmente para idosos, gestantes, pessoas com condições de saúde crônicas, profissionais cuidadores e médicos de linha de frente, um retrato que também se assemelha ao da pandemia do COVID-19.
A onda também se alastra pela Europa continental. O Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) avisa para que todos sejam vacinados o quanto antes, alertando que casos de gripe e influenza estão começando de três a quatro semanas mais cedo do que nas últimas duas temporadas.
A agência também alerta que isso pode pôr ainda mais pressão em hospitais e no sistema de saúde, especialmente se a vacinação for baixa.
“Vacinar-se agora é uma das formas mais eficazes de proteger a si mesmo e às pessoas ao seu redor contra doenças graves neste inverno”, afirmou Edoardo Colzani, chefe da Seção de Vírus Respiratórios do ECDC.