Suprema Corte do Quênia valida reeleição do presidente Kenyatta
Principal corte do país analisava dois recursos para anular a vitória do chefe de Estado, como já ocorreu após as eleições de 8 de agosto
EFE
Publicado em 20 de novembro de 2017 às 07h45.
Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 07h47.
Nairóbi - A Suprema Corte do Quênia validou nesta segunda-feira os resultados das últimas eleições no país, realizadas em 26 de outubro apesar do boicote da oposição, que deram a vitória ao atual presidente, Uhuru Kenyatta, informou a imprensa local.
A principal corte do país analisava dois recursos para anular a vitória do chefe de Estado, como já ocorreu após as eleições de 8 de agosto, cujos resultados foram invalidados pelo Supremo por irregularidades, o que desembocou na repetição dos pleitos presidenciais em outubro.
Ao contrário daquela ocasião, desta vez a principal coalizão opositora, a Super Aliança Nacional (NASA, sigla em inglês), não apresentou reivindicação alguma, já que nem sequer reconhecia a legitimidade da própria votação.
Aos dois recursos contra o resultado eleitoral, protocolados pelo ex-deputado independente Harun Mwau e um grupo de três ativistas, se somou um terceiro que buscava o indiciamento dos líderes da NASA apresentado pelo Instituto para o Governo Democrático.
Após a decisão de hoje, Kenyatta, que governa interinamente desde agosto - embora praticamente sem limites reais -, poderá tomar posse do seu cargo oficialmente no próximo dia 28 de novembro.
A imprensa local mostrou hoje imagens de júbilo dos eleitores do presidente, embora também tenha informado que nos principais redutos da NASA, como os bairros favelados de Nairóbi e as cidades do oeste do país, os protestos já tinham começado.
No entanto, Philip Etale, diretor de comunicações do líder da NASA, Raila Odinga, pediu aos seguidores do partido em sua conta oficial no Twitter que "mantenham a calma" e "não caiam em nenhuma provocação" enquanto esperam a direção da legenda se pronunciar.
Odinga decidiu retirar sua candidatura dias antes das eleições por considerar que a Comissão Eleitoral não tinha feito as reformas necessárias para garantir que não se repetiriam as irregularidades que provocaram a anulação dos pleitos de 8 de agosto.
No entanto, seu nome permaneceu nas cédulas, razão pela qual pediu aos seus eleitores para ficar em casa e não votar, embora nos condados ocidentais do país a votação nem sequer tenha sido realizada devido àqueles levaram o boicote além e impediram que os materiais necessários chegassem aos colégios eleitorais.
Isto provocou uma queda considerável da participação, que caiu de 79,5% para 38,9% e facilitou uma arrasadora vitória de Kenyatta, que obteve mais de 98% dos votos.