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Sudão tem combates violentos antes da trégua prometida pelos generais rivais

Os mediadores americanos e sauditas anunciaram no domingo que, após duas semanas de negociações na Arábia Saudita, definiram uma trégua de uma semana a partir desta segunda-feira

Ambas as partes afirmaram que querem respeitar a trégua, celebrada pela ONU, pela União Africana e pelo bloco da África Oriental IGAD (AFP/AFP Photo)

Ambas as partes afirmaram que querem respeitar a trégua, celebrada pela ONU, pela União Africana e pelo bloco da África Oriental IGAD (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de maio de 2023 às 09h31.

Um cessar-fogo de uma semana definido pelo exército e pelos paramilitares que disputam o poder no Sudão deveria entrar em vigor nesta segunda-feira, 22, à noite, mas, no momento, o país continua abalado pelos combates.

Os mediadores americanos e sauditas anunciaram no domingo que, após duas semanas de negociações na Arábia Saudita, definiram uma trégua de uma semana a partir desta segunda-feira, às 16h45 (horário de Brasília).

Ambas as partes afirmaram que querem respeitar a trégua, celebrada pela ONU, pela União Africana e pelo bloco da África Oriental IGAD.

No entanto, dezenas de tréguas foram violadas desde o início dos combates, cinco semanas atrás.

Desta vez, Riade e Washington garantiram que haverá "um mecanismo de monitoramento do cessar-fogo" com representantes de ambos os lados e dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.

Husein Mohammed, que mora em Cartum, quer que o mecanismo funcione. "Desta vez, espero que os mediadores fiquem de olho nos beligerantes" e que eles sejam obrigados a cumprir o cessar-fogo. "Tenho que levar minha mãe ao médico toda semana, mas não podemos ir desde 13 de abril", contou à AFP.

Um mês de confronto

Desde 15 de abril, a guerra entre o exército, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), lideradas pelo general Mohamed Hamdan Daglo, deixou mil mortos neste país do leste da África, um dos mais pobres do mundo, e mais de um milhão de deslocados e refugiados.

Antes de entrar em conflito aberto, os generais Al Burhan e Daglo juntos realizaram um golpe para derrubar civis do poder em outubro de 2021.

As infraestruturas pagaram um preço alto. Quase todos os hospitais em Cartum e Darfur não funcionam mais e os médicos denunciam bombardeios aéreos ou de artilharia contra centros de saúde.

A maioria dos cinco milhões de habitantes da capital, trancados em suas casas, não tem água nem eletricidade. Grupos humanitários pedem comida, remédios e combustível.

No domingo, o secretário de assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths, voltou a exigir que "o fornecimento seguro de ajuda humanitária" seja garantido, já que mais de 25 milhões dos 45 milhões de sudaneses precisam dela.

Se a guerra continuar, alertou a ONU, outro milhão de sudaneses pode fugir para os países vizinhos.

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