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Sucessores de Mandela precisam combater outros apartheids

O pastor Jesse Jackson disse que depois do apartheid, a África do Sul precisa lutar contra segregações de seu povo, geradas por séculos de desigualdades

O reverendo norte-americano Jesse Jackson: "a África do Sul tem um futuro brilhante. O maior problema é que, embora o país seja livre, continua desigual", disse (©AFP/Getty Images / Ronald Martinez)
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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 08h32.

Pretória - Conhecido por participar da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos ao lado de Martin Luther King, o pastor Jesse Jackson disse que depois do apartheid (segregação racial), a África do Sul precisa lutar contra segregações de seu povo, geradas por séculos de desigualdades. Ele acredita, contudo, que o país tem um futuro promissor.

"A África do Sul tem um futuro brilhante. O maior problema é que, embora o país seja livre, continua desigual. As grandes diferenças acabam gerando um apartheid nas terras, na saúde, na educação e na distribuição de renda. Esses gargalos precisam ser resolvidos para se ter um novo país", acrescentou.

Segundo ele, que participou das cerimônias do funeral de Nelson Mandela em Pretória e Qunu, onde o corpo foi enterrado, o ex-presidente construiu os alicerces para esse avanço.

Mandela contribuiu para a união do país e o fim da segregação racial. Quando presidente, adotou um novo hino nacional, mesclando o hino do Congresso Nacional Africano (CNA) – partido de negros que lutavam contra o apartheid – com o africâner (língua falada no país), além de uma nova bandeira, unindo os símbolos das duas instituições.


No próximo ano, a África do Sul comemora 20 anos de liberdade e democracia. Também promove eleições presidenciais. Depois de cumprir um mandato no governo, Mandela ajudou seu partido a vencer três eleições seguidas. Suceder um ícone mundial, símbolo de resiliência e exemplo para o mundo, contudo, não é tarefa fácil. Nem para os governantes nem para a população.

Thabo Mbeki, vice de Mandela, foi eleito e reeleito, mas teve de renunciar antes de completar o segundo mandato por falta de apoio no próprio CNA. Como presidente, ele negava a ligação entre o vírus HIV e a aids e, por isso, se negava a distribuir remédios antivirais, o que levou seu antecessor a se manifestar publicamente, contrariando Mbeki. Em 2005, cerca de 30% das mulheres grávidas e 20% da população adulta estavam infectadas pelo vírus.

Jacob Zuma, o atual presidente, enfrenta desconfiança da população após casos de corrupção serem divulgados, como o uso de aproximadamente US$ 20 milhões em recursos públicos para melhorias em uma propriedade particular de sua família. Como reflexo da impopularidade, no dia 11, quando um tributo foi realizado para Mandela no Estádio Soccer City, em Joanesburgo, Zuma foi vaiado na frente de 90 chefes de Estado.

Após 95 anos de contribuição ao país, Mandela continuará permeando a política local. Seu neto Mandla Mandela agradeceu várias vezes o apoio do CNA durante o funeral. O líder é unanimidade entre a população, o governo não. Ele foi um dos responsáveis pelo fim do regime do apartheid e a consolidação de instituições mais receptivas e igualitárias. Na era pós-Mandela, seus sucessores têm a responsabilidade de combater os outros apartheids, como defende Jesse Jackson.

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"A África do Sul tem um futuro brilhante. O maior problema é que, embora o país seja livre, continua desigual. As grandes diferenças acabam gerando um apartheid nas terras, na saúde, na educação e na distribuição de renda. Esses gargalos precisam ser resolvidos para se ter um novo país", acrescentou.

Segundo ele, que participou das cerimônias do funeral de Nelson Mandela em Pretória e Qunu, onde o corpo foi enterrado, o ex-presidente construiu os alicerces para esse avanço.

Mandela contribuiu para a união do país e o fim da segregação racial. Quando presidente, adotou um novo hino nacional, mesclando o hino do Congresso Nacional Africano (CNA) – partido de negros que lutavam contra o apartheid – com o africâner (língua falada no país), além de uma nova bandeira, unindo os símbolos das duas instituições.


No próximo ano, a África do Sul comemora 20 anos de liberdade e democracia. Também promove eleições presidenciais. Depois de cumprir um mandato no governo, Mandela ajudou seu partido a vencer três eleições seguidas. Suceder um ícone mundial, símbolo de resiliência e exemplo para o mundo, contudo, não é tarefa fácil. Nem para os governantes nem para a população.

Thabo Mbeki, vice de Mandela, foi eleito e reeleito, mas teve de renunciar antes de completar o segundo mandato por falta de apoio no próprio CNA. Como presidente, ele negava a ligação entre o vírus HIV e a aids e, por isso, se negava a distribuir remédios antivirais, o que levou seu antecessor a se manifestar publicamente, contrariando Mbeki. Em 2005, cerca de 30% das mulheres grávidas e 20% da população adulta estavam infectadas pelo vírus.

Jacob Zuma, o atual presidente, enfrenta desconfiança da população após casos de corrupção serem divulgados, como o uso de aproximadamente US$ 20 milhões em recursos públicos para melhorias em uma propriedade particular de sua família. Como reflexo da impopularidade, no dia 11, quando um tributo foi realizado para Mandela no Estádio Soccer City, em Joanesburgo, Zuma foi vaiado na frente de 90 chefes de Estado.

Após 95 anos de contribuição ao país, Mandela continuará permeando a política local. Seu neto Mandla Mandela agradeceu várias vezes o apoio do CNA durante o funeral. O líder é unanimidade entre a população, o governo não. Ele foi um dos responsáveis pelo fim do regime do apartheid e a consolidação de instituições mais receptivas e igualitárias. Na era pós-Mandela, seus sucessores têm a responsabilidade de combater os outros apartheids, como defende Jesse Jackson.

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