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Sucessão no FMI entra na reta final

A francesa Christine Lagarde se mantém como favorita contra o mexicano Agustín Carstens; inscrições acabam nessa sexta-feira

A ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, é a favorita a direção do FMI (Agencia Brasil / Antonio Cruz)

A ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, é a favorita a direção do FMI (Agencia Brasil / Antonio Cruz)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2011 às 14h40.

Washington - Dois candidatos disputarão, salvo haja surpresas de última hora, a direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) a partir desta sexta-feira: a ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, e o presidente do banco central mexicano, Agustín Carstens.

À meia-noite de sexta-feira (01h00 de Brasília do sábado) acaba o prazo para a apresentação de candidaturas para substituir o indiciado Dominique Strauss-Kahn, e Lagarde, 55 anos, e Carstens, 53 anos, são os dois únicos aspirantes.

O terceiro era o presidente do banco central do Cazaquistão, Grigori Martchenko, que renunciou à disputa nesta sexta-feira.

Lagarde, uma advogada de formação, mas com uma sólida reputação entre seus pares ministros da Economia do grupo dos países mais desenvolvidos (G7), aparece efetivamente como a grande favorita.

"Os europeus têm uma visão única, e creio que nos páises emergentes ainda temos a visão nacionalista, o que é lamentável", explicou Claudio Loser, ex-diretor para América Latina do fundo, para quem as possibilidades de Carstens são certamente escassas.

Carstens encontra-se nesta sexta-feira em Nova Déli e por enquanto só conseguiu os votos de Espanha e de uma dezena de países latino-americanos: Belize, Bolívia, Colômbia, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Lagarde, que conseguiu nesta sexta-feira em Lisboa o apoio de um grupo de países africanos, deixou claro que está disposta a prosseguir com as reformas internas iniciadas por seu antecessor e compatriota Strauss-Kahn, tão exigidas pelos países em desenvolvimento.

"Os chineses preferem se ver como participantes no clube dos grandes, os indianos pensam que têm gente muito capaz e Carstens está muito associado aos Estados Unidos", explicou.

Os Estados Unidos e Europa dividiram a direção do FMI e a presidência do Banco Mundial desde 1946, por uma regra não escrita que muitos países-membros criticam, mas que uma vez mais não parece que vai mudar nesta ocasião.

"Carstens foi até agora incapaz de solidificar os apoios dos países emergentes", explicou Domenico Lombardi, do Instituto Brookings.

O Brasil, que tem importante peso dentro do grupo de países emergentes (G20), mostrou uma posição cautelosa, semelhante à de sua aliada Índia.

"É difícil vender-se diante dos asiáticos se você não pode trair sua própria região na mesa", explicou Lombardi.

Carstens tem como principal virtude sua ampla experiência como economista, como secretário da Fazenda e presidente do banco central e entre 2003 e 2006 como subdiretor-gerente do fundo.

O conselho do fundo é obrigado a apresentar a lista de candidatos no início da semana que vem, se houver três candidatos ou menos.

Se houver mais de quatro candidatos, os 24 membros do conselho terão uma semana para pré-selecionar três pessoas, aquelas que gerarem mais consenso, para manter entrevistas em Washington.

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