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Sucessão interrompe programas nos Estados

Tocantins é o estado que mais sofreu com a interrupção dos programas do governo anterior

Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte, também interrompeu programas anteriores (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2011 às 11h44.

São Paulo - Em Estados onde os governadores não foram reeleitos, a falta de continuidade administrativa vem provocando corte de programas e suspensão de projetos. A interrupção mais brusca ocorreu no Tocantins, Estado que está parcialmente paralisado após a demissão de 15,6 mil dos 24 mil funcionários comissionados. O tucano José Wilson Siqueira Campos, no quarto mandato como governador de Tocantins, suspendeu praticamente todos os programas do antecessor, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), e o acusou de cometer “irresponsabilidades e crimes”.

Em carta aberta, Siqueira responsabilizou o ex-governador por dívidas que ultrapassariam R$ 60 milhões na Saúde, R$ 35 milhões na Educação, R$ 25 milhões em contrapartida estadual nas obras de construção da ponte que liga Lajeado a Miracema e de 12 mil casas populares, R$ 30 milhões para o Banco Mundial e R$ 70 milhões referentes a empréstimos consignados não repassados aos bancos e contribuições sociais dos servidores, entre outras pendências.

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Gaguim afirma que deixou R$ 400 milhões em recursos vinculados e que o Tocantins recebeu, dia 10, a primeira parcela de R$ 135 milhões do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dia 20, a segunda. Para ele, as denúncias não passam de “desculpa de quem não consegue cumprir as promessas”.

Outro exemplo ocorre no Rio Grande do Norte, onde a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) decidiu acabar com o programa chamado Cheque Reforma, implantado na administração de Wilma de Faria (PSB) e continuado no governo Iberê Ferreira (PSB). “É um programa de grande assistencialismo que não se enquadra na nossa diretriz”, comentou o secretário-chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes.

O Cheque Reforma distribuía recursos para famílias carentes realizarem reformas em residências. Fernandes afirmou que a continuidade ou não de programas depende de “análise criteriosa”. “Vamos dar seguimento ao Restaurante Popular (refeições subsidiadas) e ao Programa do Leite (que distribui leite para famílias carentes).”

“A falta de continuidade administrativa é um problema e quase estrutural”, disse Roberto Piscitelli, economista da Universidade de Brasília. “O fenômeno ocorre mesmo quando a sucessão se dá entre o mesmo grupo político.” “No Brasil praticamente não há estudos para se avaliar a eficácia dos programas governamentais. Assim, fica difícil saber se eles devem ser mantidos”, avaliou Armando Cunha, professor de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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