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Submarino desaparecido: Diretor de Titanic alertou OceanGate para os riscos do Titan; entenda

Documento fala em "preocupação unânime" e "abordagem experimental" da empresa no desenvolvimento de submersível

Cameron: O principal foco da carta é a falta de iniciativa da empresa em aderir a uma série de parâmetros de segurança da organização (Axelle/Bauer-Griffin/FilmMagic/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 23 de junho de 2023 às 11h58.

Última atualização em 23 de junho de 2023 às 12h00.

Lideranças da indústria de tecnologia marinha alertaram a OceanGate sobre riscos no desenvolvimento dos submersíveis da empresa ainda em 2018, segundo uma carta revelada pelo jornal The New York Times nesta quarta-feira.

O documento avisava o CEO da empresa, Stockton Rush, uma das cinco vítimas da implosão do submarino Titan, quanto as consequências "catastróficas" que a abordagem da OceanGate poderia provocar.

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O cineasta James Cameron , diretor do filme Titanic e experiente explorador submarino, mencionou a existência do documento em entrevista a BBC nesta sexta-feira ao criticar a empresa responsável pela expedição.

A carta da Sociedade de Tecnologia Marinha (MTS, na sigla em inglês), uma associação de engenheiros, educadores e oceanógrafos ligados a fabricação de submersíveis e exploração subaquática, fala em "preocupação unânime quanto ao desenvolvimento do TITAN e da Expedição ao Titanic". O documento também se referia a "abordagem experimental" da empresa.

O principal foco da carta é a falta de iniciativa da empresa em aderir a uma série de parâmetros de segurança da organização internacional independente DNV-GL, voltada para o mercado naútico. Simultaneamente, em seu material de divulgação, a OceanGate, no entanto, afirmava que sua tecnologia iria "atender ou superar" os mesmos critérios.

"Sua apresentação é, no mínimo, enganosa para o público e viola um padrão profissional do código de conduta que todos nos esforçamos para atender (...) No entanto, recomendamos que, no mínimo, você institua um programa de teste de protótipo revisado e testemunhado pela DNV-GL. Embora isso possa exigir tempo e despesas adicionais, é nossa opinião unânime que este processo de validação por um terceiro é um componente crítico nas salvaguardas que protegem todos os ocupantes submersíveis", diz a carta.

Entenda o caso

Detritos do submersível Titan, incluindo sua calota de vante (extremidade da embarcação em formato de cone), foram encontrados no fundo do oceano na manhã de quinta-feira, a cerca de 500 metros da proa do Titanic, confirmou nesta quinta-feira o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA.

" Foi o primeiro indício de que houve um evento catastrófico — disse Paul Hankins, especialista em salvamento da Marinha dos EUA. — Os detritos encontrados hoje eram consistentes com a perda catastrófica da câmara de pressão no submersível.

O contra-almirante John Mauger disse à imprensa que assim que foi determinado, notificaram imediatamente as famílias.

"Em nome da Guarda-costeira dos Estados Unidos e de todo o seu comando, ofereço minhas mais profundas condolência às famílias.

As autoridades encontraram "cinco pedaços principais de detritos" que indicavam que eram do Titan, incluindo uma calota de vonte, a extremidade frontal do casco resistente e a extremidade traseira do casco resistente, confirmou Hankins.

A jornalistas, Hankins disse que encontrar os destroços indicava um “evento catastrófico”.

"Ainda não se sabe como isso aconteceu (a implosão). As autoridades e o governo discutirão como/se essa investigação continuará daqui por diante

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