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Solidariedade e dor em Copenhague após ataques

Clima é de tristeza em Copenhague após tiroteio que matou duas pessoas no sábado

Pessoas chorando e se abraçando: atentado terrorista chocou dinamarqueses (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2015 às 11h32.

Os moradores de Copenhague, chocados com o tiroteio que matou duas pessoas neste sábado, foram às ruas neste domingo para expressar solidariedade e repúdio à onda extremista contra a liberdade de expressão e os judeus.

"É terrível, eles agora implicaram com o mundo livre. Felizmente hoje de manhã podemos ver vários policiais", disse Jörgen Johanssen, 84 anos, andando devagar pelas ruas de Copenhague, mais calmas do que num domingo qualquer.

Em frente à sinagoga, prédio amarelo em pleno centro da cidade, protegido por grades, muitas pessoas emocionadas se abraçavam e se confortavam, sem querer falar com a imprensa e deixando flores, velas, ou assinando um livro de condolências.

"Nos sentimos inseguros, sobretudo a comunidade judaica. Eu vim por solidariedade. Todo o mundo cai sobre as costas dos judeus, e o ataque ocorreu durante uma celebração de Bar Mitzvah", lamenta Liebecke, 65, que foi ao local prestar sua homenagem.

"Não é muito alentador, mas a polícia fez um trabalho excelente", afirmou Tobias Hansi, 19, vendedor, que se apressava para chegar ao trabalho.

Kristian e Camilla, 44, não abriram mão do passeio dominical com os filhos pequenos. "Nós moramos aqui, nem no centro, e não tínhamos a intenção de mudar nossa programação. Mas com o que aconteceu, é claro que agora temos consciência de que podemos ser atingidos".

O clima é de muito recolhimento. É possível ver uma jovem saindo aos prantos do prédio que fica em frente à sinagoga, para então depositar flores no local.

- Bandeiras dinamarquesas queimadas -

"Eu vim até aqui para manifestar minha solidariedade e meu apoio. Esse tipo de coisa a gente não espera, mas sabemos que pode acontecer", ponderou o psicólogo Jens, de 27 anos. Segundo ele, o autor dos ataques claramente "se inspirou no que aconteceu em Paris".

"Por um lado, nós estávamos preparados. Nós havíamos falado, não faz muito tempo, que o fato de ter uma sinagoga na rua a tornava um alvo fácil. Mas é claro que não achávamos que aconteceria", conta Emma, 20, que trabalha num café no fim da rua.

A chefe do governo dinamarquês, Helle Thorning-Schmidt, se reuniu com representantes da comunidade judaica e a quem dirigiu suas condolências.

Ela colocou um buquê de flores e ressaltou que a segurança foi reforçada após os atentados de Paris.

A ameaça terrorista pairava há muito tempo sobre a Dinamarca , mas os dois ataques de sábado foram os mais letais da história deste país de 5,6 milhões de habitantes.

Em setembro de 2005, o país enfureceu a comunidade muçulmana - da Palestina à Nigéria - após a publicação de 12 caricaturas do profeta Maomé no jornal Jyllands-Posten.

Membro da Otan que participou da invasão do Iraque em 2003, a Dinamarca sabia que estava sob ameaça - que vinha de dentro: jovens muçulmanos radicais, à margem de uma sociedade secularizada que defende uma visão generosa da liberdade de expressão.

Nørrebro, o bairro de Copenhague onde o suposto autor dos ataques foi morto, é um símbolo dos fracassos na integração dos jovens filhos da imigração, com um desemprego mais elevado do que o restante do país, um habitat coletivo pouco atraente para as classes médias e um histórico de enfrentamentos entre jovens e forças de segurança.

Em dezembro de 2014, os serviços de segurança (PET) estimavam em pelo menos 110 o número de jihadistas na Síria e no Iraque provenientes da Dinamarca. Dezesseis entre eles já teriam morrido.

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Os moradores de Copenhague, chocados com o tiroteio que matou duas pessoas neste sábado, foram às ruas neste domingo para expressar solidariedade e repúdio à onda extremista contra a liberdade de expressão e os judeus.

"É terrível, eles agora implicaram com o mundo livre. Felizmente hoje de manhã podemos ver vários policiais", disse Jörgen Johanssen, 84 anos, andando devagar pelas ruas de Copenhague, mais calmas do que num domingo qualquer.

Em frente à sinagoga, prédio amarelo em pleno centro da cidade, protegido por grades, muitas pessoas emocionadas se abraçavam e se confortavam, sem querer falar com a imprensa e deixando flores, velas, ou assinando um livro de condolências.

"Nos sentimos inseguros, sobretudo a comunidade judaica. Eu vim por solidariedade. Todo o mundo cai sobre as costas dos judeus, e o ataque ocorreu durante uma celebração de Bar Mitzvah", lamenta Liebecke, 65, que foi ao local prestar sua homenagem.

"Não é muito alentador, mas a polícia fez um trabalho excelente", afirmou Tobias Hansi, 19, vendedor, que se apressava para chegar ao trabalho.

Kristian e Camilla, 44, não abriram mão do passeio dominical com os filhos pequenos. "Nós moramos aqui, nem no centro, e não tínhamos a intenção de mudar nossa programação. Mas com o que aconteceu, é claro que agora temos consciência de que podemos ser atingidos".

O clima é de muito recolhimento. É possível ver uma jovem saindo aos prantos do prédio que fica em frente à sinagoga, para então depositar flores no local.

- Bandeiras dinamarquesas queimadas -

"Eu vim até aqui para manifestar minha solidariedade e meu apoio. Esse tipo de coisa a gente não espera, mas sabemos que pode acontecer", ponderou o psicólogo Jens, de 27 anos. Segundo ele, o autor dos ataques claramente "se inspirou no que aconteceu em Paris".

"Por um lado, nós estávamos preparados. Nós havíamos falado, não faz muito tempo, que o fato de ter uma sinagoga na rua a tornava um alvo fácil. Mas é claro que não achávamos que aconteceria", conta Emma, 20, que trabalha num café no fim da rua.

A chefe do governo dinamarquês, Helle Thorning-Schmidt, se reuniu com representantes da comunidade judaica e a quem dirigiu suas condolências.

Ela colocou um buquê de flores e ressaltou que a segurança foi reforçada após os atentados de Paris.

A ameaça terrorista pairava há muito tempo sobre a Dinamarca , mas os dois ataques de sábado foram os mais letais da história deste país de 5,6 milhões de habitantes.

Em setembro de 2005, o país enfureceu a comunidade muçulmana - da Palestina à Nigéria - após a publicação de 12 caricaturas do profeta Maomé no jornal Jyllands-Posten.

Membro da Otan que participou da invasão do Iraque em 2003, a Dinamarca sabia que estava sob ameaça - que vinha de dentro: jovens muçulmanos radicais, à margem de uma sociedade secularizada que defende uma visão generosa da liberdade de expressão.

Nørrebro, o bairro de Copenhague onde o suposto autor dos ataques foi morto, é um símbolo dos fracassos na integração dos jovens filhos da imigração, com um desemprego mais elevado do que o restante do país, um habitat coletivo pouco atraente para as classes médias e um histórico de enfrentamentos entre jovens e forças de segurança.

Em dezembro de 2014, os serviços de segurança (PET) estimavam em pelo menos 110 o número de jihadistas na Síria e no Iraque provenientes da Dinamarca. Dezesseis entre eles já teriam morrido.

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