Sobrevivente de 7 anos do massacre na França viu um atirador
Zainab al-Hilli, a menina de sete anos que sobreviveu ao massacre dos Alpes franceses, disse ter visto apenas um atirador durante o ataque que vitimou seus pais
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2012 às 16h53.
Grenoble - Zainab al-Hilli, a menina de sete anos que sobreviveu ao massacre dos Alpes franceses, disse ter visto apenas um atirador durante o ataque que vitimou seus pais, o que vai de encontro com a hipótese da possível presença de vários assassinos, segundo os detetives que investigam o caso.
A menina, que ficou gravemente ferida no ataque e é a única testemunha do massacre de 5 de setembro, afirmou aos investigadores ter visto "um homem mau", indicou uma fonte próxima à investigação.
Este testemunho muito aguardado e não confirmado por fontes oficiais mina a teoria da presença de vários assassinos, nascida após a descoberta de quase 25 cápsulas de balas na cena do massacre de Chevaline, perto do Lago Annecy.
De acordo com os primeiros testes balísticos revelados na segunda-feira, uma única arma foi usada, uma pistola automática calibre 7,65 mm, um calibre médio considerado como antigo por especialistas.
Durante o tiroteio, a pequena Zainab al-Hilli perdeu seu pai e sua mãe, britânicos de origem iraquiana, e sua avó materna da nacionalidade sueca, mortos a tiros em seu carro em uma estrada perto de Chevaline. Um ciclista francês, supostamente testemunha do drama, também foi morto. Zeena, sua irmã mais nova de 4, também sobreviveu à tragédia porque ficou escondida por 8 horas debaixo dos corpos mortos da mãe e da avó.
Zainab saiu do coma artificial no domingo e deve voltar para a Grã-Bretanha nesta sexta-feira.
Segundo o procurador de Annecy, Eric Maillaud, os investigadores concentram seus esforços em três pistas: uma disputa entre Saad al-Hilli e seu irmão Zaid sobre uma herança na Espanha e/ou no Iraque, a profissão do pai, um engenheiro que trabalhou para uma companhia líder mundial de micro-satélites, e o Iraque, país de origem da família.
A hipótese de uma pista sueca foi descartada nesta sexta-feira.
Documentos da justiça consultados pela AFP em Estocolmo revelaram que a avó da menina era maltratada por seu filho Haydar Thaher, 46 anos, também de nacionalidade sueca. Mas "este irmão violento estava hospitalizado na Grã Bretanha no momento do massacre ", portanto, não poderia ser o autor dos assassinatos, declarou uma fonte próxima à investigação.
Na Grã-Bretanha, de onde o promotor francês voltou nesta sexta-feira após uma rápida visita, os investigadores estão depositando suas esperanças nas buscas realizadas na casa da família em Claygate, nos subúrbios de Londres.
"Eu não duvido em momento algum que a cooperação é muito boa entre os investigadores ingleses e franceses", declarou nesta sexta-feira o ministro francês do Interior, Manuel Valls. "Eu vi ontem o embaixador da Grã-Bretanha, mas é preciso que os investigadores consigam rastrear as pistas diferentes", acrescentou.