Sob críticas, Israel aprova controversa lei "Estado-nação"
A polêmica lei aprovada nesta quinta define Israel como estado nacional dos judeus, permitindo que símbolos judeus se tornem símbolos oficiais do país
EFE
Publicado em 19 de julho de 2018 às 09h55.
Última atualização em 19 de julho de 2018 às 10h23.
Jerusalém - O Parlamento israelense aprovou na madrugada desta quinta-feira a controversa lei "Estado-nação", que protege a identidade judaica de Israel , denominada de "lar nacional" do povo judeu, reserva o direito à autodeterminação a este grupo e deixa o hebraico como única língua oficial.
Por 62 votos a favor e 55 contra, a Knesset (Câmara israelense) aprovou finalmente a iniciativa depois de um intenso debate, em meio a uma enorme polêmica, já que alguns setores descrevem como "discriminatória" e em relação a ausência dos deputados árabes israelenses.
Até agora estava sendo evitada esta menção à identidade judaica pela oposição de algumas correntes judaicas e a existência de minorias como a árabe, palestinos que ficaram lá após a criação do estado de Israel em 1948 e constituem 20% da sua população.
O objetivo é "assegurar o caráter de Israel como o estado nacional dos judeus, a fim de codificar em uma lei básica dos valores de Israel como um estado judeu democrático espírito dos princípios da Declaração de Independência", explica a Knesset em seu site.
Isto inclui o hino Hatikva (adaptado de um poema judeu, sobre o retorno do povo a Israel), a bandeira branca e azul com a Estrela de Davi no centro, um menorá (candelabro judeu) de sete braços com galhos de oliveira nos extremos como símbolo do país e o hebraico como língua oficial.
"Os árabes terão uma categoria especial, todos os judeus terão o direito de migrar a Israel e obter a cidadania de acordo com as disposições da lei, o estado atuará para reunir os judeus no exílio e promoverá os assentamentos judaicos em seu território e vai alocar recursos para esse fim", estabelece a nova legislação.
A cláusula 7b, que protegia "a criação de comunidades no país compostas por razão de fé ou origem" e foi criticada na semana passada pelo presidente Reuven Rivlin por considerá-la "discriminatória", foi revisada para a versão final.
Esta estabelece que "o estado vê o desenvolvimento das comunidades judaicas como interesse nacional e tomará medidas para encorajar, avançar e implementar esse interesse".