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Sob crescente pressão do governo, Irmandade pode ser banida

Acusando a Irmandade pela violência, o primeiro-ministro do Egito, Hazem el-Beblawi, propôs a dissolução do grupo

Jovem membro da Irmandade Muçulmana grita palavras de ordem: mais de 700 pessoas morreram, a maioria de simpatizantes de Mursi, em quatro dias de violência (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)
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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2013 às 12h54.

CAIRO - A Irmandade Muçulmana corre o risco de eliminação política no Egito com a ameaça do novo governo, apoiado pelos militares, de banir a organização islâmica após o governo promover nos últimos dias uma dura repressão aos integrantes e simpatizantes da Irmandade, ação que deixou centenas de mortos.

Na busca por marcar a sua autoridade depois da derrubada do presidente Mohamed Mursi no mês passado, os novos governantes egípcios endureceram a retórica, dizendo que o país mais populoso do mundo árabe está em guerra contra o terrorismo.

Mais de 700 pessoas morreram, a maioria de simpatizantes de Mursi, em quatro dias de violência. Países ocidentais condenaram as ações no Egito, incomodados com o regime islâmico mas também com a queda de um governo eleito.

A repressão no Egito, no entanto, recebeu apoio de importante aliados árabes, como a Arábia Saudita, que há muito teme que a ideologia da Irmandade se espalhe pelas monarquias do Golfo.

Acusando a Irmandade pela violência, o primeiro-ministro do Egito, Hazem el-Beblawi, propôs a dissolução do grupo, uma medida que forçaria os islâmicos a atuarem de forma clandestina e que poderia levar a prisões em massa dos militantes pelo país.

"Não pode haver reconciliação com aqueles que têm as mãos sujas de sangue e que apontam armas contra o Estado e a as suas instituições", afirmou o premiê à imprensa.

Comunicado das Nações Unidas informou que o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, condenava os ataques a igrejas, hospitais e outros prédios públicos e pedia que os dois lados resolvessem a crise sem violência.

"O secretário-geral acredita que evitar mais mortes deve ser a principal prioridade dos egípcios neste momento perigoso", trouxe o comunicado. "Tanto as autoridades quanto os líderes políticos têm a responsabilidade de acabar com a violência".

Houve mais violência no sábado, quando simpatizantes de Mursi trocaram tiros com forças de segurança no centro de Cairo, numa mesquita, onde manifestantes da Irmandade Muçulmana buscavam refúgio dos confrontos do dia anterior, que deixaram 95 mortos na capital.

A polícia conseguiu esvaziar o prédio e fez prisões, sob aplausos de uma multidão do lado de fora que também hostilizaram os jornalistas estrangeiros que cobriam a cena.

"Nós, egípcios, estamos ressentidos com a cobertura dos eventos", afirmou Mostafa Hegazi, assessor do governo, acusando a imprensa ocidental de ignorar os ataques contra policiais e a destruição de igrejas.

Fundada em 1928, a Irmandade Muçulmana têm suas raízes no interior e venceu todas as cinco eleições feitas depois da queda, em 2011, de Hosni Mubarak.

No entanto, as acusações de que eles eram governantes incompetentes, interessados em monopolizar o governo, afetou a reputação da Irmandade. Centenas de milhares de egípcios foram às ruas em junho denunciar Mursi, e o Exército o tirou do poder em 3 de julho.

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CAIRO - A Irmandade Muçulmana corre o risco de eliminação política no Egito com a ameaça do novo governo, apoiado pelos militares, de banir a organização islâmica após o governo promover nos últimos dias uma dura repressão aos integrantes e simpatizantes da Irmandade, ação que deixou centenas de mortos.

Na busca por marcar a sua autoridade depois da derrubada do presidente Mohamed Mursi no mês passado, os novos governantes egípcios endureceram a retórica, dizendo que o país mais populoso do mundo árabe está em guerra contra o terrorismo.

Mais de 700 pessoas morreram, a maioria de simpatizantes de Mursi, em quatro dias de violência. Países ocidentais condenaram as ações no Egito, incomodados com o regime islâmico mas também com a queda de um governo eleito.

A repressão no Egito, no entanto, recebeu apoio de importante aliados árabes, como a Arábia Saudita, que há muito teme que a ideologia da Irmandade se espalhe pelas monarquias do Golfo.

Acusando a Irmandade pela violência, o primeiro-ministro do Egito, Hazem el-Beblawi, propôs a dissolução do grupo, uma medida que forçaria os islâmicos a atuarem de forma clandestina e que poderia levar a prisões em massa dos militantes pelo país.

"Não pode haver reconciliação com aqueles que têm as mãos sujas de sangue e que apontam armas contra o Estado e a as suas instituições", afirmou o premiê à imprensa.

Comunicado das Nações Unidas informou que o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, condenava os ataques a igrejas, hospitais e outros prédios públicos e pedia que os dois lados resolvessem a crise sem violência.

"O secretário-geral acredita que evitar mais mortes deve ser a principal prioridade dos egípcios neste momento perigoso", trouxe o comunicado. "Tanto as autoridades quanto os líderes políticos têm a responsabilidade de acabar com a violência".

Houve mais violência no sábado, quando simpatizantes de Mursi trocaram tiros com forças de segurança no centro de Cairo, numa mesquita, onde manifestantes da Irmandade Muçulmana buscavam refúgio dos confrontos do dia anterior, que deixaram 95 mortos na capital.

A polícia conseguiu esvaziar o prédio e fez prisões, sob aplausos de uma multidão do lado de fora que também hostilizaram os jornalistas estrangeiros que cobriam a cena.

"Nós, egípcios, estamos ressentidos com a cobertura dos eventos", afirmou Mostafa Hegazi, assessor do governo, acusando a imprensa ocidental de ignorar os ataques contra policiais e a destruição de igrejas.

Fundada em 1928, a Irmandade Muçulmana têm suas raízes no interior e venceu todas as cinco eleições feitas depois da queda, em 2011, de Hosni Mubarak.

No entanto, as acusações de que eles eram governantes incompetentes, interessados em monopolizar o governo, afetou a reputação da Irmandade. Centenas de milhares de egípcios foram às ruas em junho denunciar Mursi, e o Exército o tirou do poder em 3 de julho.

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