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Snowden vai se reunir com grupos de direitos humanos

Norte-americano convidou organizações de direitos humanos a se reunirem com ele no aeroporto de Moscou, a fim de discutir o "comportamento ameaçador" dos EUA


	Sem visto russo e sem passaporte válido, Snowden está retido na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo e não pode aceitar ofertas de asilo feitas por países latino-americanos
 (AFP)

Sem visto russo e sem passaporte válido, Snowden está retido na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo e não pode aceitar ofertas de asilo feitas por países latino-americanos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2013 às 12h19.

Moscou - O norte-americano Edward Snowden, responsável por denunciar programas secretos de espionagem do governo dos EUA, convidou na sexta-feira organizações de direitos humanos a se reunirem com ele no aeroporto de Moscou, a fim de discutir o "comportamento ameaçador" dos EUA que o impede de receber asilo em outro país.

Essa seria a primeira reunião do gênero desde que Snowden chegou a Moscou, procedente de Hong Kong, em 23 de junho. Sem visto russo e sem passaporte válido, ele está retido na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, sendo incapaz de aceitar a oferta de asilo já feita por três países latino-americanos.

Os EUA querem que Snowden seja entregue para responder judicialmente por acusações de violação da segurança nacional norte-americana. Washington ameaça impor retaliações a qualquer país que conceder asilo ao ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional.

"Nas últimas semanas, temos testemunhado uma campanha ilegal por parte de autoridades do governo dos EUA para me negar o direito de solicitar e desfrutar desse asilo conforme o artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos do Homem", escreveu Snowden em uma carta divulgada via Facebook pela ONG Human Rights Watch.

A Rússia diz que não dará asilo a Snowden, e recomenda que ele siga assim que possível para outro país. Não está claro, no entanto, como ele conseguiria embarcar.

Na semana passada, o avião em que o presidente da Bolívia, Evo Morales, voltava de uma reunião em Moscou foi proibido de sobrevoar países europeus e precisou pousar na Áustria devido a suspeitas de que ele estaria dando carona a Snowden. O incidente motivou acusações de que os EUA estariam por trás da intimidação a Morales.

"Nunca antes na história, Estados conspiraram para obrigar o avião soberano de um presidente a pousar a fim de efetuar a busca por um refugiado político", escreveu Snowden. "Essa perigosa escalada representa uma ameaça não só à dignidade da América Latina ou à minha segurança pessoal, mas também ao direito básico partilhado por cada pessoa viva, de viver livre de perseguições." Na carta divulgada por Tanya Loshina, da Human Rights Watch, Snowden diz que pretende aproveitar a reunião para discutir "os próximos passos a respeito da minha situação". Ele não entrou em detalhes sobre seus planos.

A Transparência Internacional e a Anistia Internacional também confirmaram ter recebido a carta de Snowden solicitando um encontro no aeroporto. Sergei Nikitin, diretor da Anistia na Rússia, informou que pretende ir.

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