Snowden pede asilo à Nicarágua para deixar Moscou
A embaixada da Nicarágua em Moscou confirmou a solicitação de Snowden, a quem o presidente do país, Daniel Ortega, já havia oferecido asilo político
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 16h07.
Moscou - O ex-técnico da CIA, Edward Snowden , recorreu à Nicarágua, pequeno país da América Central, para deixar o aeroporto de Moscou, onde já está há 15 dias, representando uma ameaça às relações entre Rússia e Estados Unidos.
A embaixada da Nicarágua em Moscou confirmou nesta segunda-feira que recebeu a solicitação de Snowden, a quem o presidente do país, Daniel Ortega, já havia oferecido asilo político.
"Sim, recebemos a solicitação", afirmou à agência oficial "RIA Novosti" uma porta-voz da legação da Nicarágua, um dos três países que, assim como Venezuela e Bolívia, se mostraram dispostos a acolher o americano.
Quanto ao restante do processo, os diplomatas do país na capital russa preferiram manter sigilo.
Ortega confirmou no dia 5 de julho que havia recebido o pedido de asilo de Snowden e acrescentou que receberia "com todo gosto" o jovem reclamado pela Justiça americana, "se as circunstâncias permitissem".
O presidente da Nicarágua fez esse anúncio horas depois de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, oferecer "asilo humanitário" a Snowden, após retornar de uma visita de dois dias à Moscou.
Segundo a imprensa nicaraguense informou durante o último fim de semana, Snowden enviou uma carta em espanhol à embaixada em Moscou sobre o risco de ser julgado "após ter tornado públicas as graves violações da Constituição e de alguns tratados das Nações Unidas por parte do governo dos EUA".
"Dadas as atuais circunstâncias, não parece possível que eu receba um julgamento justo ou um tratamento apropriado antes do meu processo, e existe a possibilidade de que eu seja condenado à prisão perpétua ou até à morte", ressaltou na carta.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, também se ofereceu para receber Snowden depois do escândalo diplomático no qual se viu envolvido na Europa devido às suspeitas que o ex-técnico da CIA estivesse a bordo de seu avião enquanto voltava de Moscou para La Paz.
Enquanto Moscou parece impaciente para que o americano deixe a Rússia, ainda mais depois que o jornal "Kommersant" informou hoje sobre um possível cancelamento da visita do presidente dos EUA, Barack Obama, à Rússia em setembro se Snowden permanecer no aeroporto da capital.
Segundo a publicação, uma fonte próxima ao Departamento de Estado americano afirmou que esta postura da Casa Branca foi comunicada ao Kremlin por "canais diplomáticos".
A mesma fonte acrescentou que não se descarta que o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, substitua Obama na cúpula do G20 que será realizada nos dias 5 e 6 de setembro em São Petersburgo.
"No Kremlin não se sabe nada disso. A situação é absolutamente transparente: a Rússia não tem culpa de que Snowden não possa abandonar a área de passagem do aeroporto de Moscou", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Snowden, que está no aeroporto de Sheremetievo desde o dia 23 de junho, é reclamado pelos EUA por espionagem, e chegou a pedir asilo para outros países como Cuba e Brasil, segundo o site Wikileaks.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu ontem o direito dos países latino-americanos de conceder asilo a Snowden, e criticou que a atenção sobre este caso esteja concentrada na "perseguição" do jovem e não nos sistemas de "espionagem global" dos EUA.
O homem que tornou públicos os esquemas americanos de espionagem em massa das comunicações telefônicas e via internet não possui passaporte, documento invalidado por seu país de origem, mas que seria válido como salvo-conduto até chegar a seu destino.
Contudo, a imprensa considera que, após o incidente com o avião de Morales, será muito difícil que o país que vá dar asilo a Snowden encontre uma rota fora do alcance de Washington, embora Obama tenha prometido não recorrer a caças para deter aviões com o ex-técnico da CIA a bordo.
O resto dos países europeus e asiáticos rejeitou a possibilidade de acolher o americano, enquanto a Rússia impôs o fim do vazamento de informações secretas dos EUA como condição para recebê-lo.
Segundo a imprensa, Snowden garantiu que não fornecerá as informações privilegiadas e codificadas das quais dispõe em troca de asilo político, mas Washington insiste em pedir sua extradição.
Moscou - O ex-técnico da CIA, Edward Snowden , recorreu à Nicarágua, pequeno país da América Central, para deixar o aeroporto de Moscou, onde já está há 15 dias, representando uma ameaça às relações entre Rússia e Estados Unidos.
A embaixada da Nicarágua em Moscou confirmou nesta segunda-feira que recebeu a solicitação de Snowden, a quem o presidente do país, Daniel Ortega, já havia oferecido asilo político.
"Sim, recebemos a solicitação", afirmou à agência oficial "RIA Novosti" uma porta-voz da legação da Nicarágua, um dos três países que, assim como Venezuela e Bolívia, se mostraram dispostos a acolher o americano.
Quanto ao restante do processo, os diplomatas do país na capital russa preferiram manter sigilo.
Ortega confirmou no dia 5 de julho que havia recebido o pedido de asilo de Snowden e acrescentou que receberia "com todo gosto" o jovem reclamado pela Justiça americana, "se as circunstâncias permitissem".
O presidente da Nicarágua fez esse anúncio horas depois de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, oferecer "asilo humanitário" a Snowden, após retornar de uma visita de dois dias à Moscou.
Segundo a imprensa nicaraguense informou durante o último fim de semana, Snowden enviou uma carta em espanhol à embaixada em Moscou sobre o risco de ser julgado "após ter tornado públicas as graves violações da Constituição e de alguns tratados das Nações Unidas por parte do governo dos EUA".
"Dadas as atuais circunstâncias, não parece possível que eu receba um julgamento justo ou um tratamento apropriado antes do meu processo, e existe a possibilidade de que eu seja condenado à prisão perpétua ou até à morte", ressaltou na carta.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, também se ofereceu para receber Snowden depois do escândalo diplomático no qual se viu envolvido na Europa devido às suspeitas que o ex-técnico da CIA estivesse a bordo de seu avião enquanto voltava de Moscou para La Paz.
Enquanto Moscou parece impaciente para que o americano deixe a Rússia, ainda mais depois que o jornal "Kommersant" informou hoje sobre um possível cancelamento da visita do presidente dos EUA, Barack Obama, à Rússia em setembro se Snowden permanecer no aeroporto da capital.
Segundo a publicação, uma fonte próxima ao Departamento de Estado americano afirmou que esta postura da Casa Branca foi comunicada ao Kremlin por "canais diplomáticos".
A mesma fonte acrescentou que não se descarta que o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, substitua Obama na cúpula do G20 que será realizada nos dias 5 e 6 de setembro em São Petersburgo.
"No Kremlin não se sabe nada disso. A situação é absolutamente transparente: a Rússia não tem culpa de que Snowden não possa abandonar a área de passagem do aeroporto de Moscou", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Snowden, que está no aeroporto de Sheremetievo desde o dia 23 de junho, é reclamado pelos EUA por espionagem, e chegou a pedir asilo para outros países como Cuba e Brasil, segundo o site Wikileaks.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu ontem o direito dos países latino-americanos de conceder asilo a Snowden, e criticou que a atenção sobre este caso esteja concentrada na "perseguição" do jovem e não nos sistemas de "espionagem global" dos EUA.
O homem que tornou públicos os esquemas americanos de espionagem em massa das comunicações telefônicas e via internet não possui passaporte, documento invalidado por seu país de origem, mas que seria válido como salvo-conduto até chegar a seu destino.
Contudo, a imprensa considera que, após o incidente com o avião de Morales, será muito difícil que o país que vá dar asilo a Snowden encontre uma rota fora do alcance de Washington, embora Obama tenha prometido não recorrer a caças para deter aviões com o ex-técnico da CIA a bordo.
O resto dos países europeus e asiáticos rejeitou a possibilidade de acolher o americano, enquanto a Rússia impôs o fim do vazamento de informações secretas dos EUA como condição para recebê-lo.
Segundo a imprensa, Snowden garantiu que não fornecerá as informações privilegiadas e codificadas das quais dispõe em troca de asilo político, mas Washington insiste em pedir sua extradição.