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Sírios vão às ruas para celebrar reação a ataques liderados pelos EUA

Logo após o término do ataque de uma hora, veículos com alto-falantes percorriam as ruas de Damasco tocando canções nacionalistas

Damasco: o ataque começou às 4 da manhã no horário local, com mísseis atingindo os subúrbios (Omar Sanadiki/Reuters)

Damasco: o ataque começou às 4 da manhã no horário local, com mísseis atingindo os subúrbios (Omar Sanadiki/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de abril de 2018 às 11h59.

Damasco - Centenas de sírios se reuniram nas principais praças de Damasco, capital do país, neste sábado, para buzinar, exibir sinais de vitória e acenar com bandeiras sírias, numa celebração à reação do exército aos ataques aéreos sem precedentes dos Estados Unidos, França e Reino Unido.

Poucas horas antes do nascer do sol, explosões barulhentas sacudiram Damasco e o céu ficou laranja quando unidades de defesa aérea síria dispararam mísseis em resposta a três ondas de ataques militares destinados a punir o presidente Bashar Assad por seu suposto uso de armas químicas.

De longe, os mísseis americanos que atingiram os subúrbios da capital soaram como trovões. Logo após o término do ataque de uma hora, veículos com alto-falantes percorriam as ruas de Damasco tocando canções nacionalistas. "Boas almas não serão humilhadas", publicou no Twitter a presidência da Síria, após o início dos ataques aéreos.

Imediatamente após o ataque, centenas de moradores se reuniram na praça Omayyad, em Damasco, celebrando o que eles disseram ser o sucesso do exército em abater ou descarrilar alguns dos mísseis. Muitos acenaram bandeiras sírias, russas e iranianas. Alguns bateram palmas e dançaram, outros dirigiram em comboios, buzinando.

"Não temos medo dos mísseis americanos. Nós humilhamos seus mísseis", disse Mahmoud Ibrahim, com metade do corpo pendurado do lado de fora da janela do carro, acenando uma bandeira síria. A multidão então se mudou para a vizinha Universidade de Damasco, onde os combatentes pró-governo dançaram, agitando seus rifles automáticos sobre suas cabeças.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite de sexta-feira que os três aliados haviam lançado ataques militares para punir Assad por suposta utilização de armas químicas e para impedi-lo de fazê-lo novamente.

Trump disse que Washington está preparada para "sustentar" a pressão sobre Assad até que ele termine o que o presidente definiu como um padrão criminoso de matar seu próprio povo com armas químicas internacionalmente proibidas.

O governo sírio negou repetidamente qualquer uso de armas proibidas. Uma equipe de inspeção do órgão internacional de fiscalização de armas químicas estava em Damasco e esperava-se que ela fosse para a cidade de Douma no sábado, cenário do suposto ataque com armas químicas.

Mohammad Alloush, porta-voz do grupo rebelde Exército do Islã, classificou os ataques aéreos como uma "farsa" em uma publicação no Twitter. Nasr al-Hariri, um líder da oposição, disse que os sírios precisam de uma estratégia que leve a uma solução política para "salvá-la da brutalidade do regime sírio".

O ataque começou às 4 da manhã no horário local, com mísseis atingindo os subúrbios a leste de Damasco. O céu parecia alaranjado sobre o leste de Damasco, aparentemente como resultado de incêndios. Unidades de defesa aérea dispararam mísseis de diferentes direções em direção aos mísseis que chegavam. A TV síria chamou os ataques de "flagrante violação do direito internacional e demonstra desprezo pela legitimidade internacional".

O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse que não houve relatos de perdas dos EUA durante os ataques aéreos iniciais. "Neste momento, este é um tiro de uma só vez", disse ele, embora não tenha descartado novos ataques. Ele afirmou que os ataques aéreos foram lançados contra vários lugares que ajudaram a fornecer a capacidade de Assad de criar armas químicas.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que a "escalada química" na Síria não é aceitável porque violou as regras da guerra e da humanidade e afirmou que a operação militar conjunta na Síria é legítima.

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