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Síria perde controle quase completo da fronteira da Turquia

Os sangrentos combates em torno de Alepo levaram numerosas famílias a fugir para a Turquia

Milhares de sírios em um campo de refugiados: mais de 100 refugiados sírios chegaram à Turquia por dia na última semana (Bulent Kilic/AFP)

Milhares de sírios em um campo de refugiados: mais de 100 refugiados sírios chegaram à Turquia por dia na última semana (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 19h27.

Antakya - A maior parte da fronteira entre Síria e Turquia e parte da iraquiana já estão nas mãos de vários grupos insurgentes e foram abandonadas pelas tropas leais ao presidente Bashar al Assad, informaram nesta terça-feira à Agência Efe refugiados sírios em Antakya, na Turquia.

"Quase todas as passagens fronteiriças do norte da Síria, da de Reyhanli, em Hatay, até a de Deir ez Zor, no limite iraquiano, estão sob controle dos insurgentes", afirmou Yamil Saib, um economista refugiado em Antakya.

Na região oeste, os combatentes do Exército Sírio Livre (ESL), composto em grande parte por desertores das tropas oficiais, garantiram seu controle sobre grandes áreas ao norte de Alepo e mantêm a passagem fronteiriça de Reyhanli, na estrada principal que une a capital econômica síria à Turquia.

Os sangrentos combates em torno de Alepo levaram numerosas famílias a fugir para a Turquia, opção hoje mais fácil que nos meses passados, já que as passagens fronteiriças já não estão sob controle do regime sírio.

Mais de 100 refugiados sírios chegaram à Turquia por dia na última semana, inclusive de Homs, no centro do país, palco de combates selvagens, se pode chegar até a Turquia cruzando por zonas sob controle da guerrilha, afirma Hassan, um refugiado de Homs, que chegou a Antakya há poucos dias.


Mais ao leste, no entanto, o Exército sírio se retirou de vários municípios sem disparar um tiro, embora ainda mantenha o controle de Qamishli, a capital oficiosa da população curda.

Foi o que o relatou à Efe Saleh Muslim, dirigente do Partido da União Democrática (PYD), ontem por telefone.

"Em Qamishli, a situação está tranquila: os representantes do governo se entrincheiraram em seus edifícios e a população não os ataca. Queremos evitar, sobretudo, o derramamento de sangue", afirmou o político.

A ausência de liderança está sendo ocupada por uma aliança entre dois blocos políticos: o PYD - considerado o ramo sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) - e o Conselho Nacional Curdo, vagamente associado ao Conselho Nacional Sírio (CNS), que pretende representar a oposição ao regime de Assad, declarou à Efe Hefiz Abdulrahmán, membro do CNS exilado em Antakya.

A estreita relação entre o PKK e o PYD tem preocupado a Turquia. A cidade de Ancara enviou hoje um comboio de 200 veículos civis, acompanhado por helicópteros de combate Cobra e dispositivos de inibição de radiofrequência a Nusaybin, cidade turca próxima a Qamishli, segundo o canal "CNNTürk".

Saleh Muslim, no entanto, ressaltou que o único objetivo de seu partido é "uma Síria democrática" e que não há intenção de ofensivas contra a Turquia. 

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