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Síria: mesmo após 8 mil desaparecidos, manifestantes não cedem

Cerca de 150 estudantes realizaram nesta quarta-feira uma vigília de solidariedade para Deraa, segundo organização dos direitos humanos

Comitês de coordenação das manifestações: "Continuaremos nossa revolução e nossas manifestações pacíficas até que consigamos a liberdade" (AFP)

Comitês de coordenação das manifestações: "Continuaremos nossa revolução e nossas manifestações pacíficas até que consigamos a liberdade" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 14h06.

Damasco - O movimento de protesto contra o governo não dá sinais de arrefecer na Síria, onde seus militantes anunciaram que "a revolução e as manifestações" continuarão apesar dos cerca de 8.000 "detidos ou desaparecidos" em meio à violenta repressão, segundo uma organização de defesa dos direitos humanos.

Cerca de 150 estudantes realizaram nesta quarta-feira uma vigília de solidariedade para Deraa, segundo um ativista dos direitos humanos.

A vigília não durou muito, entretanto, pois os estudantes foram dispersados pelos serviços de segurança.

"Continuaremos nossa revolução e nossas manifestações pacíficas até que consigamos a liberdade", declararam na terça-feira os comitês de coordenação das manifestações em várias cidades, entre elas Banias, Homs e Deraa - esta última, epicentro do movimento de protesto e sitiada há uma semana.

Ao receber personalidades das cidades de Deir Ezor, Al Bukamal, Al Bukamal e Al Mayadin, o presidente Bashar Al-Assad, por sua vez, afirmou que as "unidades do Exército que entraram em Deraa em 25 de abril terminarão sua missão muito em breve", citado pelo jornal Al Watan, próximo ao poder.

"Todos os países do mundo podem viver acontecimentos como os ocorridos em Deraa", acrescentou.

Os Estados Unidos denunciaram na terça-feira a utilização de tanques e uma "ampla campanha de prisões arbitrárias dirigida contra os jovens de Deraa". Estas medidas são "semelhantes a castigos coletivos contra civis inocentes", afirmou Mark Toner, porta-voz do departamento de Estado.


Os militantes da oposição condenaram a repressão e as recentes detenções em massa, indicando em um comunicad que pelo menos 500 pessoas tem sido presas por dia, em média.

O número de pessoas "detidas ou desaparecidas pode ultrapassar os 8.000", alertou Wissam Tarif, diretor executivo da organização de defesa dos direitos humanos Insan.

Segundo Tarif, a Insan conseguiu confirmar até agora a prisão de 2.843 pessoas, 891 delas em Deraa e arredores, 103 em Zabadani e 108 em Madaya (ambas a norte de Damasco), 384 na região da capital, 636 em Homs e arredores, 317 em Latkia, 267 em Jableh e 37 em Tartus, as três últimas situadas na costa mediterrânea.

Tarif destacou que outros 5.157 nomes estão sendo verificados, 4.038 deles em Deraa.

"O regime está perdendo a razão (...), porque apesar do assédio e da brutalidade de que são vítimas os civis em várias cidades e da detenção de centenas de pessoas, as manifestações crescem dia a dia", declaram os ativistas da oposição.

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