Síria ignora ultimato e repressão deixa 6 mortos
Regime se mantém inflexível a ultimato dado pela Liga Árabe de pôr fim à repressão no país
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2011 às 10h21.
Damasco - O regime sírio manteve-se inflexível, ignorando nesta sexta-feira um novo ultimato da Liga Árabe de pôr fim à repressão sob pena de sanções econômicas, enquanto as forças de segurança continuavam sua campanha para calar milhares de manifestantes, dos quais seis morreram.
Em Nova York, o secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, disse estar "disposto" a ajudar a Liga Árabe em sua tentativa de encontrar uma solução para a crise na Síria , depois de um pedido nesse sentido da organização.
À noite, a emissora oficial síria afirmou que as forças de segurança mataram 16 membros de um "grupo terrorista" em Homs (centro), prenderam dezenas de outros e apreenderam uma grande quantidade de armas, sem informar a data da operação.
Desde que iniciou a revolta popular em 15 de março, o regime do presidente Bashar al Assad não reconhece a importância dos protestos e atribui a "grupos terroristas" a violência contra os civis.
Após vencer o ultimato da Liga Árabe, milhares de sírios protestaram para denunciar o regime e apoiar dissidentes militares que multiplicaram nas últimas semanas os ataques contra o Exército regular.
"Até agora, continuamos sem ter uma resposta do governo sírio", disse à AFP um diplomata árabe depois de o prazo ter sido expirado, o segundo em uma semana lançado contra o regime do presidente Assad para pedir o fim da repressão que deixou, segundo a ONU, 3.500 mortos desde março.
Reunidos no Cairo, os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe deram menos de 24 horas a Damasco para aceitar o envio de observadores, sob pena de sanções.
Os ministros árabes da área de finanças e economia devem reunir-se no sábado para discutir as eventuais sanções à Síria, e o tema poderá ser analisado também no domingo em uma reunião dos chanceleres da região.
Os chanceleres deverão coordenar sua resposta ao "silêncio" da Síria, afirmou o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, que participará da reunião.
Apesar de a economia Síria já ter sido afetada por sanções adotadas por União Europeia e Estados Unidos, medidas adicionais da região poderão asfixiar o país, já que a metade de suas exportações e quase um quarto de suas importações são feitos com seus vizinhos árabes.
Apesar de por muito tempo ter se mostrado reticente a uma internacionalização da questão síria, a Liga Árabe pediu na quinta-feira à ONU que "tome as medidas necessárias para apoiar os esforços da Liga Árabe em busca de resolver a crise síria".
Na sede da ONU, Ban disse estar "muito preocupado com a escalada e o número cada vez maior de mortos" e se mostrou disposto a ajudar a Liga Árabe, segundo seu porta-voz. De acordo com diplomatas da Liga Árabe, poderá pedir que especialistas da ONU participem de uma eventual missão de observadores na Síria.
Apesar de seu crescente isolamento, o regime de Assad ainda conta com o apoio de Moscou que na sexta-feira repetiu sua oposição a "mais resoluções, sanções ou pressões" e defendeu um "diálogo intersírio".
Como toda sexta-feira, desde meados de março, milhares de sírios se reuniram após as preces diárias nas mesquitas, principalmente nas províncias de Homs, Idleb e Deraa, além da cidade de Deir Ezzor, segundo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e os Comitês Locais de Coordenação (LCC).
As forças de segurança dispararam novamente para dispersar a multidão e paralelamente continuaram suas operações de busca de militantes.
De acordo com o OSDH, as operações das forças de ordem deixaram pelo menos seis civis mortos: três em Homs, entre eles um jovem de 19 anos, um em Idleb, outro em Deir Ezzor e um adolescente de 16 anos na região de Damasco.
Os militantes que exigem democracia haviam chamado a manifestar "nesta sexta-feira para que o Exército Livre Sírio (ESL) protegesse a revolução pacífica".
O ESL, milícia formada por militares dissidentes e cujo chefe, o coronel Riad al Assad, encontra-se na Turquia, reivindicou nestes últimos dias uma série de ataques contra o Exército regular a cargo de reprimir pela força a revolta iniciada há mais de oito meses, entre eles a operação da véspera na qual morreram seis pilotos militares sírios.
Em um raro comunicado citado pela agência Sana, a chefia do Exército sírio confirmou nesta sexta-feira sua morte e acusou "terroristas apoiados pelo exterior". A multiplicação desse tipo de confrontos desperta o temor de que o país caia em guerra civil.
A agência oficial síria Sana deu conta por sua vez de imensas manifestações por partidários do regime em Damasco e em Alepo (norte) para denunciar as ameaças da Liga Árabe contra a Síria.
O Comitê das ONU contra a Tortura denunciou nesta sexta-feira as "violações flagrantes e sistemáticas" dos direitos humanos na Síria, e completou que isso ocorria "em um contexto de impunidade".
Damasco - O regime sírio manteve-se inflexível, ignorando nesta sexta-feira um novo ultimato da Liga Árabe de pôr fim à repressão sob pena de sanções econômicas, enquanto as forças de segurança continuavam sua campanha para calar milhares de manifestantes, dos quais seis morreram.
Em Nova York, o secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, disse estar "disposto" a ajudar a Liga Árabe em sua tentativa de encontrar uma solução para a crise na Síria , depois de um pedido nesse sentido da organização.
À noite, a emissora oficial síria afirmou que as forças de segurança mataram 16 membros de um "grupo terrorista" em Homs (centro), prenderam dezenas de outros e apreenderam uma grande quantidade de armas, sem informar a data da operação.
Desde que iniciou a revolta popular em 15 de março, o regime do presidente Bashar al Assad não reconhece a importância dos protestos e atribui a "grupos terroristas" a violência contra os civis.
Após vencer o ultimato da Liga Árabe, milhares de sírios protestaram para denunciar o regime e apoiar dissidentes militares que multiplicaram nas últimas semanas os ataques contra o Exército regular.
"Até agora, continuamos sem ter uma resposta do governo sírio", disse à AFP um diplomata árabe depois de o prazo ter sido expirado, o segundo em uma semana lançado contra o regime do presidente Assad para pedir o fim da repressão que deixou, segundo a ONU, 3.500 mortos desde março.
Reunidos no Cairo, os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe deram menos de 24 horas a Damasco para aceitar o envio de observadores, sob pena de sanções.
Os ministros árabes da área de finanças e economia devem reunir-se no sábado para discutir as eventuais sanções à Síria, e o tema poderá ser analisado também no domingo em uma reunião dos chanceleres da região.
Os chanceleres deverão coordenar sua resposta ao "silêncio" da Síria, afirmou o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, que participará da reunião.
Apesar de a economia Síria já ter sido afetada por sanções adotadas por União Europeia e Estados Unidos, medidas adicionais da região poderão asfixiar o país, já que a metade de suas exportações e quase um quarto de suas importações são feitos com seus vizinhos árabes.
Apesar de por muito tempo ter se mostrado reticente a uma internacionalização da questão síria, a Liga Árabe pediu na quinta-feira à ONU que "tome as medidas necessárias para apoiar os esforços da Liga Árabe em busca de resolver a crise síria".
Na sede da ONU, Ban disse estar "muito preocupado com a escalada e o número cada vez maior de mortos" e se mostrou disposto a ajudar a Liga Árabe, segundo seu porta-voz. De acordo com diplomatas da Liga Árabe, poderá pedir que especialistas da ONU participem de uma eventual missão de observadores na Síria.
Apesar de seu crescente isolamento, o regime de Assad ainda conta com o apoio de Moscou que na sexta-feira repetiu sua oposição a "mais resoluções, sanções ou pressões" e defendeu um "diálogo intersírio".
Como toda sexta-feira, desde meados de março, milhares de sírios se reuniram após as preces diárias nas mesquitas, principalmente nas províncias de Homs, Idleb e Deraa, além da cidade de Deir Ezzor, segundo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e os Comitês Locais de Coordenação (LCC).
As forças de segurança dispararam novamente para dispersar a multidão e paralelamente continuaram suas operações de busca de militantes.
De acordo com o OSDH, as operações das forças de ordem deixaram pelo menos seis civis mortos: três em Homs, entre eles um jovem de 19 anos, um em Idleb, outro em Deir Ezzor e um adolescente de 16 anos na região de Damasco.
Os militantes que exigem democracia haviam chamado a manifestar "nesta sexta-feira para que o Exército Livre Sírio (ESL) protegesse a revolução pacífica".
O ESL, milícia formada por militares dissidentes e cujo chefe, o coronel Riad al Assad, encontra-se na Turquia, reivindicou nestes últimos dias uma série de ataques contra o Exército regular a cargo de reprimir pela força a revolta iniciada há mais de oito meses, entre eles a operação da véspera na qual morreram seis pilotos militares sírios.
Em um raro comunicado citado pela agência Sana, a chefia do Exército sírio confirmou nesta sexta-feira sua morte e acusou "terroristas apoiados pelo exterior". A multiplicação desse tipo de confrontos desperta o temor de que o país caia em guerra civil.
A agência oficial síria Sana deu conta por sua vez de imensas manifestações por partidários do regime em Damasco e em Alepo (norte) para denunciar as ameaças da Liga Árabe contra a Síria.
O Comitê das ONU contra a Tortura denunciou nesta sexta-feira as "violações flagrantes e sistemáticas" dos direitos humanos na Síria, e completou que isso ocorria "em um contexto de impunidade".