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Síria é alvo de críticas do Conselho dos Direitos Humanos

País sofreu pressão dos países ocidentais para permitir a entrada de uma missão da ONU, mas negou que a repressão aos protestos seja exagerada

Bashar al Assad negou acusações de violência contra o povo e afirmou que as forças policiais não estavam armadas (AFP)

Bashar al Assad negou acusações de violência contra o povo e afirmou que as forças policiais não estavam armadas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2011 às 13h56.

Genebra - A Síria foi alvo de diversas críticas nesta sexta-feira em Genebra, em sua primeira aparição perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU no âmbito do Exame Periódico Universal (EPU).

Muitos países ocidentais, entre os quais o Brasil, pediram a Damasco que autorize a entrada sem obstáculos ao país de uma comissão de investigação internacional independente encarregada pela ONU em agosto passado de investigar as violações dos direitos humanos na Síria.

Já a França convocou a Síria "a ouvir as demandas da comunidade internacional pondo um fim imediato à repressão e ao clima de terror que impôs a sua própria população".

"A própria Alta Comissária para os Direitos Humanos considerou que alguns dos crimes podem ser qualificados de crimes contra a Humanidade", destacou o representante da França na ONU, Jean-Baptiste Mattei.

Reino Unido e Estados Unidos também pediram a libertação imediata e sem condições de todos os prisioneiros políticos.

"Um governo que não respeita a vontade de seu povo, que nega os direitos fundamentais de seus cidadãos e opta por governar por meio do terror e da intimidação não pode ser considerado legítimo e deve renunciar imediatamente", declarou a embaixadora americana Betty King.

Quando diversos embaixadores receberam denúncias de torturas, de desaparecimentos e de violência infligidos à população pela polícia, o representante sírio rejeitou as acusações, afirmando que as forças policiais nem mesmo estavam armadas.

O presidente da delegação síria, o vice-ministro das Relações Exteriores Faysal Mekdad, também afirmou que as autoridades "utilizaram os tanques quando foi constatado que os policiais não estavam equipados" para se defender dos manifestantes.

Também indicou que Damasco se dispõe a fornecer à ONU uma lista de 1.100 pessoas, entre elas policiais, "que foram mortas por terroristas".

A Síria obteve o apoio do representante russo, que afirmou que "a oposição prefere recorrer ao uso de armas", destacando, pelo contrário, as "medidas adotadas" por Damasco "com o objetivo de ampliar a liberdade dos cidadãos".

Já a China destacou o princípio da ingerência nos assuntos internos de um país.

No entanto, o representante chinês reconheceu que está "preocupado com a virada dos acontecimentos" e convocou "todas as partes a dar provas de moderação".

Pequim também pediu a Damasco que atue para "implementar um processo político" que não exclua nenhum setor.

"O governo deveria realizar reformas neste sentido o quanto antes", insistiu.

Segundo a ONU, a repressão do movimento de protesto na Síria deixou mais de 2.900 mortos desde 15 de março.

O Exame Periódico Universal (EPU) é um procedimento ao qual todos os membros da ONU devem se submeter.

Após os debates que ocorrem nesta sexta-feira, será preparado um informe para ser apresentado na terça-feira para sua adoção pelo Conselho.

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