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Sindicatos e estudantes põem em xeque reforma de Hollande

As imagens de choques entre policiais e jovens marcaram os protestos e a greve contra a conhecida "lei El Khomri"

Protestos na França: no total, cerca de 30 pessoas foram detidas em todo o país, onde vários agentes ficaram feridos (Jean-Paul Pelissier / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 14h15.

Paris - Milhares de trabalhadores e estudantes se manifestaram nesta quinta-feira em cerca de 200 cidades francesas contra o projeto de reforma laboral do presidente, François Hollande, que vê como uma das medidas mais controversas de seu Executivo socialista causou um furor social.

As imagens de choques entre policiais e jovens marcaram os protestos e a greve contra a conhecida "lei El Khomri", encarnada pela ministra de Trabalho, Myriam El Khomri, e criticada por sindicatos, associações estudantis e partidos de esquerda.

No total, cerca de 30 pessoas foram detidas em todo o país, onde vários agentes ficaram feridos, alvo dos lançamentos de pedras e coquetéis molotov, aos quais responderam com gás lacrimogêneo e cargas policiais.

A greve em vários serviços públicos e nos transportes contribuíram para dar uma imagem de sucesso aos convocantes, que asseguraram que 1,2 milhão de pessoas saíram às ruas do país apesar do desaprazível dia de chuva, mais do que o dobro que em 9 de março.

Quase 200 institutos permaneceram fechados ou bloqueados pelos estudantes, foram cancelados 20% dos voos do aeroporto de Orly, além de atrasos médios de até 70 minutos nos voos que foram mantidos.

Também foi suprimido o funcionamento de 1/4 dos trens do metrô de Paris e a metade dos regionais, de cercanias e de alta velocidade, embora os internacionais tenham sido mantidos.

Nas estradas houve 500 quilômetros de engarrafamentos, o dobro do que em um dia normal.

Simbólico foi também o fechamento de alguns símbolos do país, como a Torre Eiffel, o monumento pago mais visitado do mundo, que não contava com funcionários suficientes para garantir a segurança.

Foi uma jornada de interrupções maciças contra a "lei El Khomri" e, segundo diversos responsáveis sindicais, não será última se o governo não retirar um projeto que deve ser aprovado no começo de maio.

Já se fala de uma nova data, 5 ou 9 de abril, para aumentar a queda de braço contra o Executivo, ao qual pedem que dê marcha à ré, como ontem fez Hollande com seu também controverso projeto de reforma constitucional para lutar contra o terrorismo.

Há pouco mais de um ano para as eleições, debilitado nas pesquisas, o presidente retirou essa medida ao não contar com o suficiente respaldo parlamentar, o que avivou a esperança dos opositores da "lei El Khomri" para que esta sofra o mesmo revés.

Assim revelaram os principais líderes sindicais do país, mas também responsáveis políticos da esquerda radical, como Jean-Luc Mélenchon u Olivier Besancenot.

Isso, sem contar com diversos deputados socialistas da ala mais esquerdista do partido de Hollande, que também se opõem a uma lei que consideram que beneficia os patrões em detrimento dos trabalhadores.

Para os sindicatos, essa medida debilita a posição dos operários, que de forma individual teriam menos força para negociar com a empresa do que amparados por seu grêmio.

O governo se mantém por enquanto firme em seus planos com o argumento de que é necessário reformar o mercado de trabalho, como fizeram outros países vizinhos, como Itália e Espanha, que reduziram o desemprego.

El Khomri sustenta que sua lei favorecerá a contratação, em particular a indefinida, e rejeita que ataque os direitos dos trabalhadores, sobretudo dos mais jovens, protegidos segundo ela pela chamada "garantia juvenil", que lhes assegura um subsídio.

A ministra lembrou que em meados do mês foram suprimidas algumas disposições do projeto inicial, como a limitação das indenizações por ruptura de contrato e a definição das causas de demissão improcedente.

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No total, cerca de 30 pessoas foram detidas em todo o país, onde vários agentes ficaram feridos, alvo dos lançamentos de pedras e coquetéis molotov, aos quais responderam com gás lacrimogêneo e cargas policiais.

A greve em vários serviços públicos e nos transportes contribuíram para dar uma imagem de sucesso aos convocantes, que asseguraram que 1,2 milhão de pessoas saíram às ruas do país apesar do desaprazível dia de chuva, mais do que o dobro que em 9 de março.

Quase 200 institutos permaneceram fechados ou bloqueados pelos estudantes, foram cancelados 20% dos voos do aeroporto de Orly, além de atrasos médios de até 70 minutos nos voos que foram mantidos.

Também foi suprimido o funcionamento de 1/4 dos trens do metrô de Paris e a metade dos regionais, de cercanias e de alta velocidade, embora os internacionais tenham sido mantidos.

Nas estradas houve 500 quilômetros de engarrafamentos, o dobro do que em um dia normal.

Simbólico foi também o fechamento de alguns símbolos do país, como a Torre Eiffel, o monumento pago mais visitado do mundo, que não contava com funcionários suficientes para garantir a segurança.

Foi uma jornada de interrupções maciças contra a "lei El Khomri" e, segundo diversos responsáveis sindicais, não será última se o governo não retirar um projeto que deve ser aprovado no começo de maio.

Já se fala de uma nova data, 5 ou 9 de abril, para aumentar a queda de braço contra o Executivo, ao qual pedem que dê marcha à ré, como ontem fez Hollande com seu também controverso projeto de reforma constitucional para lutar contra o terrorismo.

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Isso, sem contar com diversos deputados socialistas da ala mais esquerdista do partido de Hollande, que também se opõem a uma lei que consideram que beneficia os patrões em detrimento dos trabalhadores.

Para os sindicatos, essa medida debilita a posição dos operários, que de forma individual teriam menos força para negociar com a empresa do que amparados por seu grêmio.

O governo se mantém por enquanto firme em seus planos com o argumento de que é necessário reformar o mercado de trabalho, como fizeram outros países vizinhos, como Itália e Espanha, que reduziram o desemprego.

El Khomri sustenta que sua lei favorecerá a contratação, em particular a indefinida, e rejeita que ataque os direitos dos trabalhadores, sobretudo dos mais jovens, protegidos segundo ela pela chamada "garantia juvenil", que lhes assegura um subsídio.

A ministra lembrou que em meados do mês foram suprimidas algumas disposições do projeto inicial, como a limitação das indenizações por ruptura de contrato e a definição das causas de demissão improcedente.

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