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Itamar construiu Plano Real sem troca de cargos, diz Simon

O senador deu uma estocada em Lula no velório do ex-presidente

Pedro Simon: elogios emocionados a Itamar Franco (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2011 às 09h17.

Juiz de Fora (MG) - O senador Pedro Simon (PMDB-RS) deu um depoimento emocionado sobre sua convivência com o ex-presidente da República Itamar Franco e o exemplo que ele deixou para o País. Simon lembrou-se da época em que os dois se conheceram, durante as convenções que escolheram Itamar candidato do MDB ao Senado em Minas Gerais em 1974, e do período em que foi líder do governo no Senado do então presidente entre 1992 e 1994.

Com críticas indiretas aos sucessores de Itamar, Simon ressaltou que ele construiu o Plano Real sem troca de cargos e empregos, ou "preocupações com a governabilidade". "Fui muito participativo na época do impeachment (do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992). Foi um período em que me reaproximei dele (Itamar) e que assumi a liderança de seu governo. Acompanhei todo o seu mandato e posso dizer que se tratava de uma pessoa fantástica. Não existe ninguém mais sequer parecido com ele", disse o senador no velório de Itamar.

Para Simon, "não teve uma vírgula" do que houve no governo Itamar que o então presidente não tomasse providências rápidas. "O Hargreaves (Henrique Hargreaves, ministro da Casa Civil do governo Itamar Franco), ele (Itamar) demitiu, e acabou voltando quando se comprovou que não havia nada de errado. Ele chegou a nomear uma ministra dos Transportes, do Rio de Janeiro, e quatro dias depois soube que ela tinha um marido advogado da empresa que explorava o pedágio da Ponte Rio-Niterói. Itamar a demitiu por telefone, assim que soube disso", contou o senador.

O ex-líder do governo Itamar no Senado ressaltou outros pontos do mandato do ex-presidente. "Do ponto de vista institucional, seu governo também marcou época. Assim que ele assumiu, convocou uma reunião com os presidentes de todos os partidos. Ele disse que renunciaria ao cargo se os líderes partidários julgassem que seria melhor convocar uma nova eleição para escolher novo presidente. Não precisou", ressaltou Simon. "Não houve nenhuma crise durante o governo Itamar, como essas que ocorreram nos últimos anos. O Plano Real foi feito sem dar emprego, vantagens e sem preocupações com a governabilidade. Desafio qualquer um a mostrar algum momento em que o governo negociou voto no Congresso em troca de emprego", completou o político.

Em sua declaração, Simon ainda destacou uma situação pessoal de Itamar e fez uma crítica às atitudes dos representantes atuais. "O Itamar pagava do próprio bolso os medicamentos que sua mãe usava. Ele anotava tudo. E de dois em dois meses convocava o Ministro da Saúde para reclamar de como os preços disparavam. Hoje em dia, todo mundo tem cartão corporativo", declarou.

O senador Pedro Simon ainda disse que não ficou perto de Collor e evitou olhar para as reações dele no período em que o presidente cassado esteve no velório. "Não há no mundo dois pontos tão equidistantes como Itamar e Collor. Acho que, tirando o fato deles falarem português, não há mais nada em comum entre eles", provocou.

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Juiz de Fora (MG) - O senador Pedro Simon (PMDB-RS) deu um depoimento emocionado sobre sua convivência com o ex-presidente da República Itamar Franco e o exemplo que ele deixou para o País. Simon lembrou-se da época em que os dois se conheceram, durante as convenções que escolheram Itamar candidato do MDB ao Senado em Minas Gerais em 1974, e do período em que foi líder do governo no Senado do então presidente entre 1992 e 1994.

Com críticas indiretas aos sucessores de Itamar, Simon ressaltou que ele construiu o Plano Real sem troca de cargos e empregos, ou "preocupações com a governabilidade". "Fui muito participativo na época do impeachment (do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992). Foi um período em que me reaproximei dele (Itamar) e que assumi a liderança de seu governo. Acompanhei todo o seu mandato e posso dizer que se tratava de uma pessoa fantástica. Não existe ninguém mais sequer parecido com ele", disse o senador no velório de Itamar.

Para Simon, "não teve uma vírgula" do que houve no governo Itamar que o então presidente não tomasse providências rápidas. "O Hargreaves (Henrique Hargreaves, ministro da Casa Civil do governo Itamar Franco), ele (Itamar) demitiu, e acabou voltando quando se comprovou que não havia nada de errado. Ele chegou a nomear uma ministra dos Transportes, do Rio de Janeiro, e quatro dias depois soube que ela tinha um marido advogado da empresa que explorava o pedágio da Ponte Rio-Niterói. Itamar a demitiu por telefone, assim que soube disso", contou o senador.

O ex-líder do governo Itamar no Senado ressaltou outros pontos do mandato do ex-presidente. "Do ponto de vista institucional, seu governo também marcou época. Assim que ele assumiu, convocou uma reunião com os presidentes de todos os partidos. Ele disse que renunciaria ao cargo se os líderes partidários julgassem que seria melhor convocar uma nova eleição para escolher novo presidente. Não precisou", ressaltou Simon. "Não houve nenhuma crise durante o governo Itamar, como essas que ocorreram nos últimos anos. O Plano Real foi feito sem dar emprego, vantagens e sem preocupações com a governabilidade. Desafio qualquer um a mostrar algum momento em que o governo negociou voto no Congresso em troca de emprego", completou o político.

Em sua declaração, Simon ainda destacou uma situação pessoal de Itamar e fez uma crítica às atitudes dos representantes atuais. "O Itamar pagava do próprio bolso os medicamentos que sua mãe usava. Ele anotava tudo. E de dois em dois meses convocava o Ministro da Saúde para reclamar de como os preços disparavam. Hoje em dia, todo mundo tem cartão corporativo", declarou.

O senador Pedro Simon ainda disse que não ficou perto de Collor e evitou olhar para as reações dele no período em que o presidente cassado esteve no velório. "Não há no mundo dois pontos tão equidistantes como Itamar e Collor. Acho que, tirando o fato deles falarem português, não há mais nada em comum entre eles", provocou.

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