O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi: caso seja aprovada, a expulsão não teria consequências imediatas para o governo, segundo analistas (Gabriel Bouys/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2013 às 09h13.
Roma - O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, no centro da vida política do país há 20 anos, enfrenta nesta quarta-feira uma votação para cassar seu mandato no Parlamento, para o qual já existiriam votos suficientes, o que o deixaria sem imunidade parlamentar ante vários processos.
A votação está prevista para 18H00 GMT (16H00 de Brasília) e, caso seja aprovada, a expulsão de "Il Cavaliere" não teria consequências imediatas para o governo, segundo analistas.
O resultado da votação não gera dúvidas, já que a esquerda e o Movimento Cinco Estrelas do humorista Beppe Grillo anunciaram um voto conjunto.
A princípio, a decisão não provocará consequências para o governo de coalizão de Enrico Letta, de centro-esquerda, que pode contar com a lealdade dos cinco ministros de direita, incluindo um ex-aliado de Berlusconi, Angelino Alfano, e outros 50 deputados reagrupados como Nova Centro-Direita.
Berlusconi e seus "falcões" passaram à oposição na terça-feira ao pedir um voto contra a lei de orçamentos, sobre a qual o governo havia apresentado uma "maxi emenda" com todas as modificações atribuídas pelo Senado ao projeto de lei.
A moção de confiança foi vencida pelo governo durante a noite por 171 votos a 135.
A imprensa italiana enfatiza nesta quarta-feira a retirada do apoio, mais que o fim de 20 anos de domínio de Il Cavaliere na política do país.
Alguns não parecem acreditar nele, como o jornal La Repubblica, que escreve: "A aposta de Silvio: voltarei ao palácio Chigi".
O Corriere della Sera critica Berlusconi por ter escolhido o lema "Depois de mim, o dilúvio", assim como o "berlusconianos" por terem optado, ao lado do movimento Cinco Estrelas, por uma "posição antissistema".
Os partidários de Berlusconi anunciaram um protesto para esta quarta-feira em Roma, enquanto os opositores pretendem celebrar sua queda perto do Senado.