Ativistas do Greenpeace acendem velas no aniversário de segundo ano do desastre que matou milhares de pessoas e desencadeou uma crise nuclear em Fukushima (REUTERS / Bogdan Cristel)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 06h39.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, sugeriu novamente nesta segunda-feira que o país retome a produção de energia nuclear com a intenção de impulsionar a reconstrução das regiões devastadas pelo tsunami de 2011, em uma decisão que tomará após garantir a segurança das centrais nucleares.
"A reconstrução será dura sem uma fonte barata e estável de energia", afirmou Abe durante sua visita ontem à província de Fukushima, onde fica a usina de Daiichi, epicentro da crise nuclear, informou hoje o jornal "Nikkei".
O Japão, que só mantém em operação dois de seus mais de 50 reatores nucleares, aumentou substancialmente a importação de hidrocarbonetos para poder alimentar as centrais térmicas e garantir o fornecimento de energia elétrica, após o fechamento das usinas nucleares, que forneciam 30% da energia do país antes do acidente.
No entanto, Abe condicionou a reabertura das usinas nucleares à sua confiabilidade. "Vou tomar uma decisão após avaliar a segurança", afirmou. Também disse que espera tomar "uma decisão global" com base em todas as condições.
A ideia de Abe é "dissipar os rumores prejudiciais" sobre a situação do país após o acidente em Fukushima, o pior desde Chernobyl em 1986, antes de estudar a reabertura das usinas nucleares e, assim, reduzir a enorme despesa das importações de energia.
Em sua visita a Fukushima, a segunda desde que assumiu o poder em dezembro, o primeiro-ministro foi à cidade agrícola de Koriyama, onde existe uma grande preocupação social com a contaminação radioativa de alimentos e plantações, detalhou o "Nikkei".
Também foi à cidade de Tomioka e à região comercial de Namie, dentro da zona de exclusão decretada pelo governo no entrono da usina de Fukushima, onde prometeu acelerar a reconstrução.
Em sua viagem anterior a Fukushima em dezembro, Abe comentou pela primeira vez a possibilidade de reativar as usinas nucleares do país e não descartou a construção de novos reatores, apesar da preocupação de grande parte da sociedade e dos protestos dos movimentos antinucleares.