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Serviços secretos temem que islamitas recrutem refugiados

"Sob o manto da ajuda humanitária, os islamitas na Alemanha tentem aproveitar para seus próprios fins a situação dos refugiados", advertiu Maaßem


	Refugiados esperam na estação de Budapeste: os serviços secretos não dispõem por enquanto de "nenhuma informação sólida de que grupos jihadistas tenham utilizado refugiados para se infiltrar"
 (Reuters / Bernadett Szabo)

Refugiados esperam na estação de Budapeste: os serviços secretos não dispõem por enquanto de "nenhuma informação sólida de que grupos jihadistas tenham utilizado refugiados para se infiltrar" (Reuters / Bernadett Szabo)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 11h11.

Berlim - Os serviços secretos do Interior alemães temem que os islamitas possam se aproveitar da situação dos refugiados no país para recrutar possíveis colaboradores.

"Nos preocupa muito que sob o manto da ajuda humanitária os islamitas na Alemanha tentem aproveitar para seus próprios fins a situação dos refugiados para fazer proselitismo e recrutar solicitantes de asilo", declarou o presidente do Escritório Federal de Proteção da Constituição (BfV), Hans-Georg Maaßem.

Sobretudo "jovens refugiados não acompanhados" poderiam ser "presa fácil" para os islamitas, advertiu Maaßem, que neste aspecto falou de um considerável potencial de radicalização.

Ao mesmo tempo, o presidente ressaltou que os serviços secretos do Interior não dispõem por enquanto de "nenhuma informação sólida de que grupos jihadistas tenham utilizado a onda de refugiados para se infiltrar em território alemão", seja em grupo ou sozinho.

No entanto, se referiu à aparição várias vezes de indícios a esse respeito e assegurou que os serviços secretos e a polícia analisam cada caso em profundidade.

A crise dos refugiados domina o trabalho da BfV também no que se refere aos círculos de extrema direita, acrescentou.

"Nos preocupa que os protestos que congregam uma mistura de ultradireitistas e torcedores violentos e cidadãos zangados apresentam um considerável potencial de exaltação", ao qual é preciso somar as contramanifestações de grupos de extrema esquerda, indicou Maaßem.

Por outro lado, o número de islamitas com experiência de combate adquirida nas zonas controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico na Síria e Iraque e que retornaram à Alemanha superou nos três meses passados o número de 70 pessoas.

Segundo os serviços secretos, que advertem sobre a especial periculosidade destas pessoas, trata-se de um aumento considerável em comparação com os meses anteriores, nos quais o número se situava em algo mais de 50 pessoas.

O número de islamitas procedentes da Alemanha e mortos na Síria e no Iraque também cresceu notavelmente, com 120 casos na atualidade, frente a uma centena no final de junho e 85 contabilizados em abril.

No entanto, o número de islamitas que abandonaram a Alemanha rumo à Síria e Iraque aumentou para 740, frente aos 700 em junho, assim como o de mulheres, cerca de 150 atualmente frente a uma centena há três meses.

Os serviços secretos do Interior mostraram, além disso, preocupação pelo aumento do número de salafistas radicais na Alemanha, de 7,5 mil em junho a 7,9 mil atualmente.

No começo do ano, o número de salafistas que rejeitam os valores democráticos e consideram a "ordem islâmico" a única forma legítima de Estado e sociedade se situava em 7 mil, o dobro que em 2011.

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