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Serra nega tom mais agressivo após pesquisas

Candidato disse ter gostado do debate, mas esperava mais esclarecimentos de sua adversária, Dilma Rousseff

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, negou hoje que o resultado das últimas pesquisas de intenção de voto - que mostram o crescimento da vantagem da presidenciável do PT, Dilma Rousseff, sobre sua candidatura - tenha feito com que ele subisse o tom no debate de hoje, promovido na capital paulista pelo jornal "Folha de S.Paulo" e pelo portal UOL. "Não creio. Foi uma participação normal", disse, em tom lacônico.

O candidato afirmou ter gostado do debate, que ele considerou menos rígido do que os promovidos pelas TVs. No entanto, insistiu que algumas questões permaneceram sem esclarecimentos. "Uma pergunta que ficou sem resposta: por que o atual governo aumentou os impostos federais sobre energia? Temos tarifas das mais altas do mundo", disse Serra. "Por que aumentou tão fortemente o imposto federal sobre saneamento? São coisas que conspiram contra o desenvolvimento e o investimento. "

De acordo com ele, o aumento de contribuições sobre o saneamento tirou R$ 2 bilhões por ano das empresas do setor. "Isso sem dúvida explica o desempenho muito ruim do Brasil em matéria de saneamento." Segundo ele, na Bahia, a cobertura de saneamento chega a níveis "desastrosos" para a população e o meio ambiente. "Isso ocorreu devido ao furor tributário do governo federal, que acha que a carga tributária no Brasil não é alta", disse, referindo-se à Dilma.

Ao ser questionado por jornalistas sobre o uso de uma favela cenográfica em seu programa eleitoral na TV, Serra não respondeu e encerrou a entrevista coletiva.


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No último bloco do debate, Serra foi questionado sobre as diferenças entre o PMDB, que apoia Dilma, e DEM e PTB, que apoiam Serra. O jornalista que fez a pergunta indagou por que ele criticava um partido que integrou a chapa dele em 2002, quando Rita Camata (ES), que era do PMDB, foi sua candidata a vice e também de que forma iria, se eleito, distribuir cargos de confiança e ministérios, uma vez que, embora tenha criticado o fisiologismo, tinha Roberto Jefferson (PTB), um dos envolvidos no esquema do mensalão - suposto esquema de compra de votos parlamentares no primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e na estrutura dos Correios, em sua aliança.

"Em política, nem todos são iguais, ao contrário do que você parece pensar", respondeu. O candidato afirmou ter 27 anos de vida pública e disse não ter compromisso com o erro. "Erros acontecem com todos. A diferença está em como são tratados aqueles que os cometem. Todos que estão me apoiando sabem que não vou fazer troca-troca de cargos", disse, ressaltando que "não passa a mão na cabeça de ninguém".

Referindo-se à quebra do sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, Serra voltou a atribuir o ato a integrantes do PT e disse que ninguém foi punido. Sobre Roberto Jefferson, Serra afirmou que ele foi o autor da denúncia do mensalão. "José Dirceu foi o chefe da quadrilha e foi punido pelo Congresso."

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